sexta-feira, 20 de maio de 2011

Juliana de Norwich

"Tudo dará certo, e tudo dará certo,
e todo tipo de coisa dará certo."

Uma das místicas cristãs mais notáveis da Idade Média foi a dama Juliana de Norwich (1342-1416). Os detalhes de sua vida foram tirados quase que exclusivamente dos relatos que escreveu de suas próprias experiências com visões.
Juliana nasceu na Inglaterra em 1342 e não saberíamos nada sobre ela não fosse por sua obra Revelations of Divine Love (Revelações do Amor Divino), que escreveu em duas versões.
Sabemos que Juliana foi uma ermitã, que vivia em um parte isolada por muros da Igreja de Santa Juliana, em Norwich, Inglaterra. Isto não era incomum, inúmeros místicos adotaram esta forma de vida ermitã – o anacoretismo – no período final da Idade Média.
Em Revelations of Divine Love, Juliana afirma que, desde a juventude, sempre desejou três coisas: conhecer a mente de Cristo durante a Paixão, contrair uma doença física aos 30 anos e receber três ferimentos como presentes de Deus, da forma que ele escolhesse. Embora esses desejos possam parecer extremados, variações dos mesmos foram expressas por muitas pessoas em busca espiritual da época.
Juliana tinha 30 anos de idade quando foi tomada por uma doença desconhecida na primavera de 1373. Suas companheiras se desesperaram e um padre foi chamado. Enquanto ele balançava um crucifixo ao seu redor, talvez administrando a Extrema Unção, ela teve 15 visões em um período de cerca de cinco horas. Uma última visão aconteceu um dia depois, quando ela já estava fora de perigo.
Juliana teve uma cura milagrosa e sua doença desapareceu. Logo escreveu uma versão resumida de suas visões e depois passou os 20 anos seguintes em oração e meditação antes de escrever a versão ”longa” e final.

Conforme foram apresentadas nos 86 capítulos de Revelations, as 16 visões exibiam uma verdadeira janela para a espiritualidade cristã. A dama Juliana viu e falou com Cristo diversas vezes. Não foi uma revelação de pura simplicidade e bondade. Ela aprendeu que Deus deixa as pessoas boas sofrerem e passarem por tragédias porque sabe que sua alma, sua essência, não é prejudicada. Fica subentendido nessa idéia que o bem e o mal coexistem neste mundo e que não podemos vivenciar um sem o outro.

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