terça-feira, 3 de maio de 2016

Alabamiando

Então...
Foi um ano de Alabama.
Por onde começar?

Teve de um tudo. 
Vamos começar pelos estudos e adaptação escolar.

Adaptação complicada da baby2 na escola. Uma dor de cabeça sem fim os primeiros meses. Não é facil. Nunca é... ainda mais com outra lingua, cultura, costumes. Faz parte. 
Ela enfrentou o colégio americano e ainda o colégio militar por correspondência, para não perder a turma dela no Brasil.  No início foi um horror, mas tenho que dizer que fomos ultra bem recebidos por toda escola. Fizeram de tudo pra ajudar, inclusive quando ela sentiu que estava sofrendo bulling. Não foi nada do outro mundo, vendo agora. Mas na época ela pirou. Os colegas não conseguiam falar o nome dela e resolveram adaptar para o Inglês. De Raphaella para Ralph. Ela escutava Half, ou seja, metade e achava que eles estavam chamando ela de "meia pessoa" ou algo assim... imagina a confusão. 
Pra piorar a professora de ELS (ingles como segunda lingua, apoio para os imigrantes) achava o nível de ingles dela mais do que o suficiente pra enfrentar as aulas, então... nada de reforço extra. Posso reclamar da profi? Não!!! Uma senhourinha fofa, linda e falante. Se colocou a disposição pra dar aulas extras durante todo o verão pra baby2 não perder a fluência nas férias. Enfim, os americanos em geral, todos fizeram o possível pra nos receber bem, praticamente nos colocaram no colo. 

Rolou muita ansiedade até as férias de verão chegarem em maio. Depois das férias, milagre total... ela voltou pro colégio como se tivesse estudado lá all life, toda enturmada e feliz. Pooooode?
Sim, pode. É assim mesmo, todos os 6 primeiros meses num lugar novo é assim, se for em outro país pior ainda. Como disse, faz parte. Em final de outubro o choro era porque ela não queria ir embora  e deixar os amigos, a escola, a América para trás. 

Voltamos em final de janeiro. Sabe qual foi o maior choque? Ela voltou pra mesma escola de antes, sem perder o ano, pois fez o ensino à distância, correto? Tudo certo, tudo direitinho pra não ter problema.... Ah, bobinhos! Teve problema sim. Ela foi obrigada a fazer um teste de nivelamento para o ano dela,  até aí ok. E, o absurdo dos absurdos!, só pode entrar na sala de aula DEPOIS do resultado do teste e da chegada da documentação dela. Exatamente o oposto dos Estados Unidos. Lá, mesmo com a documentação incompleta (faltava o blue card - cartão de vacina e outros docs), tivemos que pedir pra elas começarem as aulas no dia seguinte, pois se dependesse da diretora da escola ela já estaria na sala de aula enquanto nós, pais, estávamos preenchendo os documentos. Prioridade número um deles: criança na sala. Nossa prioridade? Cadê a papelada. Poizé, seu Zé. 

A escola dela? Um sonho. Faz o Colégio Militar de Brasília (que tem uma mega estrutura) parecer um nada perdido no meio do nada. Ginásio de esportes de fazer corar de vergonha o Maracanazinho. {Lembram que estava no interior do Alabama, um lugar considerado caipira e atrasado pelos próprios americanos?}Tudo de bom e mais um pouco. Educação exalando por todos os lados. Pensa se tem uma criança correndo ou gritando pelos corredores limpos, coloridos, lindos? Nem uma... Todo dia tem o juramento da bandeira americana, todos param onde estiver, colocam a mão no coração e juram olhando pra ela... sim, tem bandeira em todo lugar. Aulas de primeira, em todos os níveis. Se vc quiser estudar e aprender, o céu é o limite. Se não for ligado aos livros, ok, no problem..., vai fazer o básico e completa seus horários com algo que te interesse e seja útil, como marcenaria, fotografia, filmagem, esportes, cozinha, etc. São 7 matérias por dia, todo dia. Educação física é obrigatória, inglês e matemática (em algum nível) também, o resto, preencha como quiser. Cada um é responsável por si mesmo, e isso é ensinado desde pequeno. Sua vida, sua escolha, seu problema. 

É um choque total de comportamento e realidade. Nunca vi uma marcação tão grande, se por ex., ela tivesse que sair mais cedo, eu tinha que ir lá e justificar. Ok, normal. Mas naquela mesma noite, sem falta receberíamos um telefonema da escola informando que ela saiu da aula mais cedo. Motivo? Não sei, mas nunca vi esse tipo de cuidado em nenhuma escola onde minhas filhas estudaram antes. Tudo fora do padrão que acontecesse com um aluno dentro da escola era na mesma noite re-informado via telefonema para os pais. Válido, se pensar em caso de pais que vivem separados ou que não estão muito por dentro da vida do filho.


Enfim... 

Haja lenço pra tanto drama, antes, durante ou depois.

2 comentários:

  1. Amiga, não sei se entendi pois sou lerrrrda e faz tempo que não falamos, teclamos,etc- tb sofro do mal do alemão, precocemente, hehe, vcs voltaram???? Tell me....

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  2. Impressionante sua descrição da escola americana, Geiza!
    Penso se um dia chegaremos próximo...

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Falaê...

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