terça-feira, 8 de maio de 2012

Viver ou existir?

Como tem gente que está viva e não sabe disso. Pessoas que passam por esse planetinha e se contentam em ser mais um, quando muito. Pessoas que são tudo: números, registros, estatísticas, que estão em listas, catálogos e até em jornais, que vão a todas as festas e eventos. Gente que faz o que é previsto e esperado. Seres que não são humanos, que não são indivíduos, são ninguéns que andam, comem, e até falam. Como  seres que não vivem podem existir? Aparentemente não faz sentido, mas a multiplicação ou replicação desses inumanos é tão expressiva que só nos resta admitir: eles existem, apesar de não viverem. São pessoas que não tem tempo para o principal: viver a própria vida. 
Com diria Oscar Wilde, numa das suas famosas máximas:

"Viver é a coisa mais rara do mundo.
 A maioria das pessoas só existe". 

Viver é muito mais do que simplesmente ganhar a vida, trabalhar, pagar as contas e ver os dias passarem... esperando o dia em que virá a visita da dona morte. É preciso muito mais para se declarar VIVO de verdade, é preciso ter consciência da sua singularidade, da sua presença única, da sua preciosa e frágil existência. Tem que gostar de estar vivo, ter prazer em estar dentro da sua própria pele, mergulhar de cabeça dentro da sua própria cabeça. É pensar por si, é saborear, é experimentar, é assumir-se sem medo ou apesar de todos os temores. Conhecer-se, respeitar-se e estar ciente da própria mortalidade. Dar valor a esse instante mágico que começa com um simples choro e termina num último suspiro.  É preciso amar-se antes de tudo. Como amar a vida sem se amar primeiro? Difícil.
Tem quem diga que há gente que só desperta para vida, quando já é tarde demais. Espero que não seja verdade, acredito que nunca é tarde para abraçar a vida sua plenitude.
O legal da afirmação de Wilde é que ela nos provoca, nos faz pensar... estou vivo ou apenas existo?

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