Cancêr, comida e crises.

Não desperte o cancêr que existe dentro de vc!

Nem ia postar hoje, mas...

Acabei de descobrir que fui abandonada em casa (buá), enquanto tirava um cochilo pós-almoço. 

Tem coisa melhor que poder tirar um cochilo depois do almoço, gentem? 

Tem não, é momento mastercard: não tem preço. O chato, claro foi ter sido deixada pra trás... Povinho, custava ter me chamado antes de ir pra rua? Aff, droga e cia. Como só tinha duas opções, ir lavar a louça ou ir conferir as novidades dazamigaz blogueiras: eis me aqui! 

Acabei lendo os posts da Gazzy e da Fulana, ambas em crise com o quesito alimentação. Até ontem (ou anteontem) faria coro com as duas em gênero, número e grau. Só que todavia, entretando, BTW.... fui forçada - na base do tapa na cara - a rever alguns conceitos. Responsável? A culpada de sempre: a vida como ela é e um livro que estou devorando no momento, Anticancêr - prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do doutor David Servan-Schreiber. Como não podia deixar de ser ele cai de boca (não resisti ao trocadilho bobo, rs) na questão o quê comer ou não para ajudar na batalha contra a doença. O livro é show, o autor consegue traduzir em linguagem acessível toda evolução da pesquisa e tratamento do cancêr, além de contar seu próprio caso de luta contra um terrível tumor no cérebro aos 31 anos. 

São tantas novidades e descobertas (algumas estimulantes outras nem tanto...) que recomendo a leitura para todos - especialmente para as mulheres, com casos de cancêr ou não na família. Um alerta que o livro faz (tudo baseado em pesquisas, off course) é a relação do cancêr e do açúcar. Espero que estejam sentadas ao lerem isso. Especialmente se forem, como euz, chegadinha num doce... ou num pão, ou em qualquer coisa que vire glicose no nosso organismo. A glicose é o principal alimento do cançêr. Sim, aquele docinho inocente que você come, aquela balinha, um pedacinho de bolo... tudo isso é em resumo comidinha pra fazer crescer o monstrinho dentro de você. Convenhamos que dar papá pra tumor é uma atividade no mínimo de risco. Noves fora o tabaco, não há nada mais prejudicial ao organismo do que uma taxa alta de glicose. Vou repassar alguns dados que estou degustando, pra que tenham noção da situação:

- O cancêr se nutre de açúcar - o consumo de açúcar refinado foi um evento pós- segunda guerra (tal qual o booooom do cancêr, que se tornou praticamente endêmico no ocidente). Nós passamos do consumo de 2 kg de mel (que não é tão ruim) ano/pessoa, para 70 kg de açúcar refinado por ano/pessoa no final do século XX. Só que nosso corpitcho (leia-se nossos genes) não foi feito pra lidar com essa bomba de glicose.

- Quando ingerimos alimento de elevado índice glicêmico (açúcar e farinha brancos),  a taxa de glicose no sangue sobe rapidamente, e nosso organismo libera imediatamente uma alta taxa de insulina para permitir que essa glicose penetre nas células. A secreção da insulina faz funcionar também uma outra molécula, a IGF,  fator de crescimento semelhante à insulina, cuja função é justamente estimular o crescimento das células. Resumindo... o açúcar nutre e faz crescer tecidos rapidamente. Em paralelo, a insulina e o IGF ainda dão uma chicotada nos fatores de inflamação, que são o adubo dos tumores cancerígenos. 

- Pessoas em tratamento contra um tumor precisam retirar imediatamente o açúcar de sua vida, para boicotar a fonte de alimentação do cancêr. Essa é a primeira coisa a ser feita, sem discussão.

- Quem tem glicose periclitante... acima do limite permitido, tem que entrar em estado de alerta, pois pode estar criando um tumor sem ainda nem imaginar. Quem é diabético possui um risco de cancêr mais elevado do que a média da população. 

- Fatores genéticos são importantes, mas mais fatal é o estilo de vida (e de alimentação) da pessoa quando se trata de desenvolver um cancêr - especialmente o de pâncreas, cólon, ovário e de mama.

- A obesidade, em si, não é um fator de risco elevado, mas sim o nível alto de glicose no sangue.

- Radicalizar é preciso, mas difícil. Para substituir o açúcar refinado (e o mascavo também!), recomenda-se o uso de xarope de agave (um cacto mexicano, aquele mesmo que se usa para fazer tequila, arriba!), mel de acácia, açúcar de coco e xilitol em doses moderadas.

- Outras trocas também são necessárias, como por exemplo:

Reduzir ou evitar: 

1. açúcares brancos, mascavo, mel, xarope de milho, dextrose.

2. farinhas brancas, massas muito cozidas, arroz branco, bolos, biscoitos, cereais de café da manhã refinados e adoçados.

3. batata, especialmente em purê.

4. flocos de milho, cereais à base de arroz.

5. geléias, frutas cozidas com açúcar ou em calda.

6. bebidas açucaradas, sucos de frutas e chás industrializados, refrigerantes.

7. álcool entre as refeições.

Preferir:

1. xarope de agave, adoçante stevia, xilitol, glicine e chocolate amargo (mais de 70%).

2. cereais, pães e arroz integrais ou multigrãos, massas al dente, quinoa, aveia, milhete, trigo sarraceno.

3. batata-doce, inhame, lentilha, ervilha, feijões.

4. flocos de aveia (mingau), musli.

5. frutas orgânicas em natura, especialmente: mirtilo, cereja, framboesa, ameixa, pêssego e nectarina.

6. chá verde (não industrializado), água pura ou água temperada com suco de limão, ou temperada com tomilho, sálvia, casca de laranja ou tangerina orgânica.

7. uma taça de vinho, durante a refeição.

8. temperos: alho, cebola, cebolinha misturados a outros alimentos ajudam a reduzir os picos de insulina.

(ups... não esqueceram de mim, obaaaaaaaaah! - pausa que tenho que sair, volto logo)

Fomos ao médico again. 

De manhã no mastologista, agora no cirurgião plástico. 

Clínica chiquê, casa antiga e linda, não sei onde, ainda estou perdidinha em Curitibas. Os médicos parecem ser super bons, transmitem calma e segurança. A consulta da tarde foi chata, era para o cirurgião fazer as medições... não gostei nem um pouco de ver ele rabiscando minha irmã. Tá, sei que é preciso e tudo o mais. Sei disso num nível racional, mas... ali, na hora, não foi nada agradável. Me deu um calorão, tive que sair para tomar dois copos de água. Daí papis veio atrás de mim achando que euz fosse desmaiar... sei que meu histórico me condena. Mas numa escala de 1 a 10, a chance de apagar ali estava no 1,5, estou sob controle. De todo modo, estava numa clínica, suponho que as enfermeiras e atendentes estejam acostumadas a ver mulher tendo piti e desmaiando no local, ora bolas! Voltamos pro consultório, só para os dois sermos gentilmente convidados (o doutor é phyno) a nos retirar porque estávamos tumultuando... Pode?!?!?!? Ainda reclamou (com classe) com minha irmã dizendo que nós dois (papis and me) éramos muito agitados! Euz não sou agitaaaAAAAAH!!! Só não gostei nada de ficar ali vendo ele marcar minha irmã, só isso. Dá para entender, seu medico enjoado? Tá bom, pode até ser que euz estivesse assim meio me sentindo abafada, enjaulada, oprimida e tivesse até dado pitaco na medição dele,que estava fazendo marcação com ela de perna cruzada, isso pode fazer diferença no equilíbrio do corte. Mas que saco! É minha irmãzinha!!! Aff... 

Sabe do que mais... acho que nunca-jamais vou criar coragem para uma cirurgia plástica, não ia conseguir passar por aquele momento. Horrível demais ver alguém marcando seu corpo e dizendo que vai tirar isso daqui, colocar ali, et cetera. Ainda mais no caso da minha sister, que não tem nada sobrando para tirar... 

A cirurgia é amanhã, sete horas da manhã. 

{sei que é estranho, mas preciso escrever para clarear o que estou pensando e também sentindo...}