quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ciganamente falando...

Levantando acampamento... 
Essa vida de cigana... 
Outro dia mandei lavar os tapetes da sala, chegaram. Não coloquei no lugar, resolvi embrulhar e já guardar. Enfim, estou entrando no clima de "levantar acampamento". É chato,  bom e ruim ao mesmo tempo. Sei que no fim vou sair daqui chorando... como sempre acontece, por mais que me esforce para não me apegar. São quarenta anos nessa vida bandida e até hoje não consegui me despedir sem chorar. Manteiga derretida assumida... me desmancho mesmo, fico mal, sinto saudades e apesar de todo esforço pra não descer do salto acabo em prantos. Tem hora que gostaria que isso acabasse de uma vez, que o ano chegasse ao fim e pronto.  Partir é sempre um sofrimento, e a confusão de caixas é o menor dos problemas. Montar e desmontar acampamento, apesar de aborrecido, é fácil, faço no piloto automático. O duro mesmo é o lado emotivo, é o eterno até logo... o saber que provavelmente nunca mais verá certas pessoas. É ficar sem teto por alguns  meses, fazer parte de novo do MST, rs... no caso: milicos sem teto - de novo, de novo e de novo. Tudo novo de novo, apesar de nada ser novidade. Correr atrás de escola, arrumar a casa (o pnr está sempre em pedaços), readaptar-se, correr atrás do que fazer, conseguir ou não emprego, blá blá blá. É respirar fundo e recomeçar do zero mais uma vez. Com direito a todos os transtornos de mais uma mudança... agravados agora pela idade das meninas, uma adolescente e outra pré-adolescente. Esse fim de ano promete ser daqueles!
Havia claro, a possibilidade de ficar aqui mais um ano... as meninas querem e muito, estão super adaptadas. Baby one então, está mega feliz pq é a primeira vez na vida que estuda dois anos seguidos no mesmo colégio, com a mesma turma... dá pra imaginar?!? Pois é... o que pra alguns é corriqueiro, como estudar a vida toda numa escola, aqui em casa é sonho de consumo. E, justamente a questão do estudo delas que está pesando na balança, por isso achamos melhor ir embora logo e não ficar adiando o sofrimento. Se ficássemos, seria por só um ano a mais. E isso complica bem a vidinha dela... já que chegaria de paraquedas numa outra cidade logo no terceiro ano - o terceirão com vestibular batendo na porta. Complicado demais chegar numa cidade justo no ano do vestibular. Ainda mais agora com essa coisa de vestibular seriado e tal. Resolvemos por isso irmos logo, assim ela faz o segundo e o terceiro ano numa mesma cidade e se prepara melhor pra prova. Em tese é o mais correto a se fazer, na teoria é o que desejamos que aconteça. Só que querer e desejar não significa muito nessa nossa life. 
Até agora estava na boa (dentro do possível) esperando setembro-outubro chegar, aguardando a notícia do nosso novo paradeiro. O normal seria acabarmos em Brasília (vivas... eu gosto!) ou no Rio (ok, tem seus problemas, mas é bom também), e era com isso que estava contando, me preparando psicologicamente pra recomeçar tudo de novo numa das duas cidades. Só que amore mio  resolveu tocar zaralho (bagunça) e veio com um papo de ... Que tal Campo Grande? Aí eu piro de vez. Sim, eu gosto do Mato Grosso do Sul e adoraria voltar, ainda mais para Big Field City. Já até começei a sonhar com isso... e o problema é justamente esse. Agora vou ficar torcendo por algo que sei que dificilmente acontecerá. Brasília é a melhor opção, já que a maioria dos amigos vai estar por lá, o que é um conforto emocional, principalmente para as meninas. Na verdade, nem sei mais o que quero... já estou até achando Porto Alegre uma opção viável.
Daqui a pouco é hora de preencher a tal lista de cidades para onde gostaríamos de ir. Não que essa lista signifique alguma coisa... vale tanto quanto uma cartinha de desejos natalinos enviada ao Papai Noel. Se você ganhar o presente que pediu é pura coincidência, não dá pra contar com isso. Eu nunca conto. Mas ainda assim, é melhor do que nada... pelo menos temos a sensação de que tivemos alguma influência na decisão e que talvez, talvez... nossos interesses sejam levados em conta. Não tenho boas lembranças dessas listas e por isso não dou tanto valor, mas ainda assim tenho que assumir que sempre me causam ansiedade. Estamos em abril, ainda tem muito pela frente... vou tentar não pensar muito nisso.

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