Vale tudo: a arte de alimentar seu filho.

Se for para fazer seu filhinho comer... vale praticamente tudo, deixe os medos de lado e apele para o que for preciso: personagens de desenhos animados, bichos, e até zumbis se for o caso.

Se algo causar dano futuro, não se preocupe. Um trauma ou outro até ajudam na formação do infante. E, lembre-se... psicólogos são profissionais que também precisam viver, colabore com eles. Afinal de contas, no fim a culpa toda é nossa: das mães! Então assuma a responsabilidade e trate de fazer seu filhote comer.

Passei alguns apertos, como toda mãe novata, com minha primeira bebê. Ela detestava carne, qualquer tipo de carne, nem caldo de carne (ou frango) na sopinha descia... era um neném vegetariano por opção, rs. A sopinha era só de legumes e de sobremesa... salada de frutas. Compensava na mamadeira de leite de soja (alergia a leite de vaca... nem gosto de lembrar desse período), uma mega super ultra mamadeira (ela desmamou com 1 ano e 1 mês) com todos os pós lácteos e fortificantes existentes no mercado. Até a mistura em pó para crianças desnutridas da Dra. Zilda Arns eu cheguei a fazer em casa para ela. Pirações maternas, faz parte! Durante um tempo foi relativamente tranquilo... ela vou se adaptando ao gosto da carne aos poucos e acabou comendo de tudo. Essa fase, claro, durou pouco... de repente, começou a não gostar dos legumes (entrou na lista de crianças "normais", rs), e começou então o período de de colocar tudo, tudo mesmo... no feijão. Depois cansei disso e parti para métodos pouco lováveis de enganação, chantagem e cia para fazer ela comer. Hoje morremos de rir lembrando disso, bem eu lembro, ela não... Ainda bem!

Quer exemplos? A beterraba deixa a comida rosa... se é rosa, logicamente é da Barbie. Então, se ela quisesse ser bonita como a Barbie tinha que comer toda beterrada. Com os "verdes" em geral tive que apelar para o Pokemon, que era um dos desenhos preferidos dela na época... convenci que ele só era forte e feliz porque comia todos os "verdinhos".... Santa imaginação! Difícil era não rir dessas loucuras todas. Quem é mãe sabe a tormenta que pode ser a hora do almoço ou do jantar, se você tem um bebê que não quer comer. Quando nasceu a segunda filhota pensei que já estava preparada para passar com mais classe por toda essa confusão. Ah, se soubesse... a experiência com a primeira não serviu de nada. Parecia piada, a minha baby dois era carnívora total. Não gostava de frutas, legumes, sopinha então... de jeito nenhum! Mal engatinhava e corria para baixo da churrasqueira pedindo carne... que figurinha! Era a própria neném das cavernas chupando um naco de carne daqueles! Com muita sorte, artimanhas e sabe-se lá quantas chantagens conseguia fazer ela comer um pouco de arroz comcaldinho de feijão. Se dependesse dela... sua alimentação seria um mix de leite, churrasco, pirulito e algodão doce. Aliás, ainda hoje é o que ela mais gosta, além da coca-cola. Não há uma criança igual a outra, não há uma solução padrão que funcione para todas... a maternidade não é uma ciência, vamos tentando, errando e aprendendo no dia a dia. Então, procure relaxar e se divertir um pouco com seus filhos enquanto eles estão debaixo do seus olhos. É impossível não sofrer um pouco com as peculiaridades de cada um na hora de alimentá-los. Faça o que for necessário, confie nos seus instintos, respire fundo e mantenha a calma nessa hora. Acredite no seu pediatra quando ele diz seu bebê está crescendo e é saudável e siga suas recomendações. O meu era um santo e vivia explicando pra essa "mãezinha" aqui que nenhuma das meninas precisava de abridor de apetite, reforço alimentar e muito menos a misturinha da Dra. Arns! No fim, tudo dá certo... e antes que se dê conta, tudo terá passado e aquele seu pequeno fofo terá se transformado num pequeno gigante, forte e bem criado. Se para isso tiver que abusar da imaginação e fazer uso de Pokemons, Barbies e cia para convencê-lo a comer, deixe os escrúpulos de lado e vá em frente. Mães sabem como são esses momentos, vale tudo!