quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cumplicidade vergonhosa.


Governos eleitos são o reflexo do seu povo.
Isso vale para qualquer época, em qualquer país e para qualquer povo. Verdade doída, mas verdade. Nosso país ainda vive sob a síndrome do Sassá Mutema, ainda reza por um Paim dos pobres, ou uma Mainha... Pior, reza e é atendido.
Nosso governo é corrupto? Nosso povo é. O governo saiu de dentro desse povo, é consequência e não causa. São cúmplices, são partícipes dessa vergonha nacional. São? Somos?Duas faces de uma mesma moeda.
Por algum motivo idiota sempre considerei que o primeiro mandatário de um país (no caso, do meu) era ou deveria ser o primeiro servidor público. E como tal, seria meu funcionário (assim como o de todos os patrões que votaram nele). Que tolice... povo não é patrão e presidentes não são servidores públicos. Nada disso. Faz tempo que os ocupantes deste cargo desconhecem o significado da palavra SERVIR e desdenham do PÚBLICO. Com a anuência passiva e massiva da platéia se locupletam da mesma. Destróem em vez de construir. Sujam-se, nadam na lama e nem se dão mais ao trabalho de disfarçar o mal feito. O assumem até com certo orgulho, quando o assumem ou colocam a culpa nos outros, na maior cara dura. E o tal povo, acha tudo lindo pois reelegem os espertos duas, três vezes.
Na minha casa uma certa faxineira já teria sido despedida há muito tempo por incompetência, para dizer pouco.
Nessas horas, me dá uma certa saudade (?!?) da disnatia portuguesa. Afinal, naqueles áureos tempos só pagávamos um quarto em impostos. Sem falar que o número de parasitas sustentados pelo Tesouro era bem menor. Cabiam todos dentro do Paço, no Rio. Saía bem mais barato, de fato.
Diga-me, Deodoro... Prometo que não te julgarei sem antes ouvir com atenção tudo o que disser...
O que deu em você? Aonde estava com a cabeça quando fez aquilo!?!
Como é triste sentir nostalgia de um tempo que não se viveu. Trágico mesmo é não acreditar num futuro mais digno posto o que vejo acontendo hoje, no presente.
O pior mesmo é essa sensação terrível que guardo dentro de mim, que me faz crer que ainda que não tenha eleito esse governo que está aí, sou responsável por ele. Responsável porque se vivo numa democracia (e supostamente vivo) sou uma cidadã e me importo. Cidadãos responsáveis que escolhem livremente seu governo são responsáveis pelo o que estes fazem em seu nome. Pelo que fazem de certo e principalmente pelo o que fazem de errado. É preciso vigiar, educar, restringir, investigar, punir e acima de tudo mostrar que existe limites que não devem ser transpostos. Quando não há nada mais que se possa ser feito, ainda se pode espernear e gritar. Ou simplesmente escrever.
Sabe o motivo desse desabafo todo? Fiz a besteira de ler os jornais. Erro em que caio todo santo dia, não aprendo mesmo. E invariavelmente, quando termino a leitura sinto um misto de repulsa e vergonha, nojo até. Nada muda e tudo piora cada vez mais na política nacional. Vexame pós vexame, escândalos e mais escândalos desfilam e se enfileiram diante da bandeira verde e amarela com a cumplicidade vergonhosa de todos nós.
MEA CULPA.

Um comentário:

  1. Platão já dizia que a humanidade é o homem com H maiúsculo, o que queria dizer que uma sociedade não poderia ser melhor ou pior do que a soma dos seus constituintes. Infelizmente o povão é o que menos culpa tem nessa estória pois se existem pessoas com formação universitária, phd, acesso ao noticiário, em plenas condições de entender o que está acontecendo, e que vota sorridente e com conficção nessa coisa que está aí, como culpar um semi-analfabeto preocupado apenas com seu prato de comido e ingresso para o Maracanã? O voto do povo é resultado direto da falta de cultura e caráter dos formadores de opinião, muito mais preocupados com seus interesses pessoais e a satisfação de defender uma ideologia assassina do que ver um país melhor.

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