segunda-feira, 23 de maio de 2011

Matsuó Bashô

"Casca oca:
a cigarra
cantou-se toda."

Matsuó Bashô é o mestre supremo dos haikais.
Haikai é um objeto poético mínimo de peso intolerável, segundo Leminski.
Muitas são as transformações que passamos no decorrer da vida, é preciso saber a hora de deixar a velha casca para seguir adiante. Pior do que mudar de casca, forma ou idéias... é não ter nada para trocar. A cobra que não consegue livrar-se da sua velha casca morre. O mesmo acontece conosco... o espírito impedido de evoluir, de mudar de opniões, deixa de ser espírito. É preciso deixar-se morrer e transformar-se. É preciso aceitar as metamorfoses e aprender que o apego às cascas velhas podem nos sufocar e destruir. Crescer é experimentar. Viver e não iluminar-se é perder tempo e energia. Colocar-se à prova é essencial.  Pode não ser confortável, decerto gera insegurança, mas não há perigo maior do que a imutabilidade. Não somos estátuas, não nascemos para empedrarnos. Certas estão as cigarras, que cantam contentes até o romper da velha mortalha. A próxima primavera nos aguarda, renove-se.


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