segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Movimento PassO Livre

1. O que é o Movimento Passo Livre (MPL)
O Movimento Passo Livre (MPL) é um movimento anarco-artístico requebrante, social, autônomo, apartidário, horizontal e independente, que luta por uma liberdade de movimento público de verdade, criativo, malemolengo, libertário e gratuito para o conjunto da população e fora da iniciativa privada.

2. História do MPL
O MPL foi batizado na Plenária Nacional pelo Passo Livre, em janeiro de 2012, em Anápolis. Mas antes disso, há sete anos, já existia a Campanha pelo Passo Livre em Blumenau. Fatos históricos importantes na origem e na atuação do MPL são a Revolta das Sapatilhas (Joinville, 2004) e as Revoltas das Coristas (Fernando de Noronha, 2006 e 2008). Em 2009 o MPL realizou seu 3º Encontro Nacional da Pole Dance e Conferência para Paz, com a participação de mais de 102 cidades brasileiras, na Escola Nacional do Balé Bolshoi, foi um sucesso de crítica e público. Foi aí, com o apoio da escola russa, que decidimos partir para as praças e ruas, levando nossas ideias revolucionárias para o proletariado imóvel.
Bolshoi apoiando a causa.

3. Formas de organização?
Não nos organizamos, isso vai contra nossos princípios mais íntimos. Nós requebramos, nós remexemos, nós descemos até a boquinha da garrafa, MAS não nos organizamos. Organização é coisa de facista doente do pé!
3.1. Autonomia e independência
Acreditamos que as pessoas diretamente envolvidas no ato de se movimentar são responsáveis pelas escolhas e criação das regras do movimento, sem depender de organizações externas como diretores e/ou coreógrafos, sequer aceitamos contribuições de mecenas ou financiamentos estatais que exijam contrapartidas. Temos muitos apoiadores, inclusive entre os famosos, mas isso não interfere no nosso mode de agir. Somos 100% free.

JLo é musa inspiradora e também apoiadora do movimento livre.

3.2. Apartidarismo mas não anti-partidarismo
Acreditamos em uma nova forma de se fazer mexer as cadeiras e não nos organizamos para apresentações. Pressionamos o governo por políticas públicas que liberem as frangas, mas defendemos na nossa prática cotidiana que existe balé além do pax de deux. No entanto, é preciso deixar claro que ser “apartidário” não significa ser “antipartidário”. Assim como os apartidários, militantes de partidos são totalmente bem vindos para colaborar na luta por um autêntico e supremo passo livre.
3.3. Horizontalidade
Não existe hierarquia neste movimento.  Hierarquia é coisa de facista reaça. Uma noção arcaica e tipicamente burguesa que não nos interessa. Não existe uma direção artística centralizada onde poucos decidem por muitos. Todos têm igual poder de participação nas coreografias, no aspecto cênico e de iluminação, até no figurino todos pensamos coletivamente. Somos horizontais, nossa posição preferida para meditar o futuro do movimento é deitado em berço esplêndido.
4. O que é o passo livre afinal?
Passo livre é a gratuidade nas aulas de balé em seus mais diversos estilos, samba, xote, xaxado, forró, em danças em geral e anarco-funk em particular. Somos pelo lema: dance para não dançar!
Acreditamos que todos podem e devem dançar pelo bem do país.
5. O que é um movimento público?
Claro que somos um movimento público! Não há exclusão ou preconceito na nossa causa, que permite o acesso de todas as pessoas. A educação e a saúde só vão ser públicas de verdade se o movimento for público de verdade. A felicidade nacional depende antes de tudo do ato de bailar em praça pública. 
6. Mas é mesmo possível se movimentar de graça?
Não se trata simplesmente de dançar de graça, esse movimento todo teria um custo, sabemos disso. Teria que ser pago por impostos progressivos, não pelo dançarino. O que a prefeitura precisa fazer é uma reforma tributária nos impostos progressivos, de modo que pague mais quem tem mais dinheiro, que pague menos quem tem menos e quem não tem não pague (impostos e taxas). Distribuir melhor o orçamento público, separando uma parte para subsidiar a liberdade de se movimentar e ser feliz, ao invés de gastar dinheiro em propaganda, corrupção e obras que não atendem às reais necessidades da população que precisa bailar. O passo livre estudantil é o primeiro passo concreto para essa realidade paradisíaca. Depois virá a ampla distribuição de sapatilhas, collants, meias e o aparelhamento de salas de aula, o treinamento de professores (alguns já estão em Cuba se formando e aptos para chegar ao país assim que forem convocados... totalmente engajados na causa), até que enfim... todos dançaremos em igualdade de condições.

Sonho do movimento: um dia todos nossos remexeremos livremente!


7. Sobre aumentos de taxas, tarifas, entradas e mensalidades.
No Brasil, 34,251% da população que vive nas cidades grandes não tem dinheiro para se remexer regularmente (IPEIA*, 2011). Muitas pessoas estão excluídas da educação artística porque não podem pagar a mensalidade da escola de dança. Toda vez que aumenta o carnê, esta exclusão aumenta também. Ao mesmo tempo, é importante enfatizar que, mais que lutar contra o aumento da entrada (nos shows, por exemplo), lutamos contra a existência de uma entrada. A cobrança deve vir abaixo como símbolo que é do capitalismo que nos tolhe, cerceia e impede o passo livre para todos. Todo o sistema de movimentação precisa ser reestruturado, de modo que as mensalidades não continuem aumentando, excluindo cada vez mais pessoas da prática da dança. O movimento do quadril precisa ser visto como um direito essencial, não como uma mercadoria a ser apreciada em salões pela elite dominante. É preciso por a baixo essa noção de que só se produz movimento de qualidade em teatros e companhias de dança renomados. É preciso trazer todos para o movimento, que é antes de tudo libertário e liberalizante. Nossa meta vai além de des-normativizar  e des-montar essa olirgaquia dançante, é tomar o poder que nos cabe por direito na história do gingado mundial! 


IPEIA* -----> Instituto de Pesquisa Insana e Aleatória. 

...


Tudo isso é culpa da apresentação do Grupo Corpo. E, sim... é uma trollagem. Ah, e é também um presente de aniversário pra uma companheira de alma, coices fofos e lutas em defesa da imaculidade do muro de berlim... Happy B'day, Lady I.
Falta de graça quando a gente tem que explicar a piada, aff. 

2 comentários:

  1. ADOREI O MEU PRESENTE!!!!!
    E já estou aqui, me expressando livremente, me chacoalhando, rebolando e remexendo. Descendo na boca da garrafa nem f**...

    Amo vc, sua louca descompensada!

    ResponderExcluir

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