quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Alto Paraíso (3)

Dia de acordar cedo e ir pro Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros...

Pedicure free no Rio Preto - cachoeira 80
Ahá.... mas quem foi que acordou c-e-d-o? Ninguém, apesar do despertador ficar incomodando de tempos em tempos. Coitada da guia (oi, Raquel) que ficou esperando a gente terminar de tomar o café da manhã. Bom o café, por sinal. Tinha tudo e de tudo, inclusive um pão de abóbora mara e um bolinho de fubá cremoso que lembra o que minha mãe faz. Quase tão bom quanto. Aproveitamos e encomendamos ali na pousada mesmo o kit-trilha por 15 reais cada. Valeu a pena. 
Enfim, a troupe ficou pronta e partimos para o parque. Paradinha no meio da estrada  para admirar o Jardim de Maitreya. Ok, lá vai historinha... Maitreya segundo a tradição budista é o próximo buda que está por vir, e os budistas (sim, tem na região) ficaram tão encantados com o lugar que o apelidaram de Jardim de Maitreya, pois segundo eles é tão lindooooooooh que certamente é digno de ser o jardim do próximo iluminado. 
Depois tem a pedra da baleia, outro nominho dado por gente de fora, já que os locais, claro... em pleno planalto central, jamais viram uma baleia ao vivo. É, lembra de longe uma...
E quando percebemos o asfalto acabou e começa a estrada de terra. Nada preocupante, apesar das chuvas o solo estava bem compactado e se bobear... corria o risco de estar em melhores condições do que o trecho esburacado antes da divisa DF-GO. Não é preciso ter nenhum carro especial para passar por ali, o único cuidado é... não dirigir de noite.


Chegamos na Vila de São Jorge, 700 moradores, 350 crianças e um monte de turistas. Pequenina e pitoresca, tem infra também, pousadas, restaurantes, lojinhas pra turistas... e claro, a entrada do Parque Nacional. Fomos direto pro parque. Preenchemos as fichas de controle na entrada e entramos no mato. 
Pausa para um detalhe nada insignificante: os guias costumam contar a quilometragem para o ponto turístico... pela metade. Eles não "computam" a volta. Hábitos locais, pelo que entendi. A quem possa interessar, a nossa guia credenciada foi a Raquel (62-99063977), super capaz e educada, e a diária está em 120 reais.
Jardim de Maitreya. 

ATENÇÃO (insistindo...): Quando perguntamos quantos km eram até as cachoeiras (120 e 80 - nome delas) do Parque a resposta foi... 5 km. Combinado, 5 km é tranquilo. Kkkkkkkkkkkkk. Só que na real eram 5 km pra ir e mais 5 km pra voltar. Se e quando forem contratar um guia, fiquem atentos. Para quem não está acostumado (nós, claro) são duas horas para ir e mais duas para voltar. Sorte que o dia estava parcialmente nublado... pq é hard pra quem não está acostumado, principalmente para "crianças de apartamento".

Pedra do elefante (viram?)

Não sei quanto tempo ficamos tomando banho de cachoeira (a segunda é livre para banho). Pra quem gosta (eu, eu, euz!!!) pareceram só 5 minutinhos... para quem sofre com água fria (nada de assustar, não é gelaaaaaada) pode parecer bem mais. Se dependesse de mim ficaria lá muito mais, só que a galerinha do "vambora" venceu por maioria. Aff.
[Guardem no coração a pedra do Elefante, bem no começo... vocês não imaginam a felicidade que é rever ela novamente, no retorno.]

A trilha é bem cuidada, sinalizada e segura. Vale a pena contratar um guia se for a primeira visita, assim além de não correr risco de se perder, vai aprendendo sobre a história, geografia, botânica e cia da região. Depois, em uma segunda visita... não acho que seja é necessário. Vi grupos fazendo o caminho sem guia, apesar da maioria (principiantes como nós) estar acompanhada de um.
Lascas de puro cristal.

A paisagem é linda. Em alguns trechos se vê os buracos da mineração de cristal (puro) preservados. Em outros se encontram lascas desses cristais ainda. onde os garimpeiros "limpavam" as pedras. Era tudo exportado para a indústria de computadores antigamente (kkkk anos 80), antes de inventarem o silício de laboratório. Não há mais produção de cristais, tudo o que vocês virem à venda nas lojinhas da região é made in Cristalina.
Uma curiosidade foi descobrir que a filmagem do paredão da serra do mar para a mini série "A Muralha" (década de 90) foi feita ali... Por acaso é a minha mini série preferida da Globo. Fiquei meio decepcionada em saber que a serra do mar filmada é fake, kkkkkk. De qualquer maneira, não tiro a razão deles... que lugar deslumbrante (e intacto), dá pra entender o porquê de optarem por gravar ali. 
Quando começamos a descer (light) já dá pra ouvir o barulho do Rio Preto. De repente vem a vista do vale do rio... dá pra ver os confins do parque. De tirar o fôlego! Em seguida... estamos de frente com a cachoeira 120 (são 120 metros de queda), bela-belíssima. Cheia devido ao período de chuvas. Paradinha para tirar fotos e seguimos em frente. Só é possível se banhar na próxima, a 500 m... cachoeira 80 (de 80 metros de queda). 
Cachoeira 120
A cachoeira 80 é uma delícia, a água não é gelada... e como estávamos com o corpo aquecido (bem aquecido) devido a caminhada de 2 horas, entrar nela foi uma delícia. Adoooooooooooro água, por mim ficaria ali por horas e horas a fio, sem pensar no amanhã. Sabe aqueles peixinhos que fazem pedicure no Japão? E o povo paga fortunas pelo serviço em spas? Ali tem de graça, kkkkkkkkkkkkkk. Eles vem pra cima da gente, é engraçado. A primeira "mordidinha" assusta um pouco, mas não dói. Para quem não sabe nadar ou tem medo, dá pra se divertir na beira do rio só "fazendo o pé" com com os esfomeados. Fiquei um tempo ali e depois fui pra perto da queda d'água. Tem uma corda delimitando o ponto máximo em que se pode chegar perto, não é preciso ser grande nadador... a distância é pequena, a correnteza leve (estava leve naquele dia, não sei se é assim sempre) e qualquer um que saiba nadar estilo "cachorrinho" se vira. O fundo é uma mistura de pedras (grandes) e areia, bem irregular. É preciso ter cuidado pra não se machucar e cortar. Tem peixinhos de spa por ali também, um pouco maiores... são trabalhadores tão dedicados quanto os da margem, então nada de se assustar se ganhar umas mordidinhas por ali também. Não tira pedaço, rs. 
Depois de alguma insistência, saí do rio. Olha, pedir pra uma pisciana sair d'água devia ser crime previsto no código penal. Comemos o lanche feito pela pousada (sanduíches com pão natural, banana passa, fruta, suquinho e a "novidade": gergeliko*) e nos preparamos pra "volta".

Cachoeira 80 (a arte de boiar e tirar foto enquanto não se deixa levar pela correnteza)

Voltar é que foram elas... ai. Maridex disse que sofreu na ida, ele não é fã de caminhar, prefere correr. Baby one foi e voltou de boa, o que é inacreditável pra uma guria que não faz absolutamente na-da versus na-da de educação física. Baby two, que é a atleta oficial da casa, teve dificuldade na volta, baixou a pressão. Foi um ai, meu D'us, não desmaia não, porfa... Bem, quem sou eu pra reclamar? Minha pressão também variou na volta, provavelmente devido ao sol quente (o tempo abriu quando estávamos no rio). Por sorte tem algumas nascentes de água pelo caminho, e íamos parando e nos refrescando (nuca, pulsos, rosto) sempre que dava. Sorte também que tinha bastante água para beber (nossa e da guia). Voltamos, apesar das paradas, em menos de duas horas. Estado geral da family: mortos com farofa. Exceto pela baby one, que ainda queria ir no terceiro ponto do rio (passamos direto pq a pequena estava mal) e nem parecia ter sentido os 10 km de caminhada!


(continua... assim que tiver um tempo - a coisa tá complicada)


2 comentários:

  1. Confesso que a parte da caminhada sempre me deixa apreensiva,rsss...sou outra preguiçosa de plantão,q vergonha...mas o lugar é lindo mesmo,gostaria de conhecer...

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  2. Lindíssimo o lugar! Lindo mesmo!

    Kisu!

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