sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Abandono materno (ou: odeio Freud).

Poizé. Viajamos hoje e como me disse muy carinhosamente minhas duas babies, em momentos diferentes, mas com a mesma intenção ... fazer a gente morrer de culpa:  "Vocês vão nos abandonar!?!!!!" 
Uma tem 16 e a outra 11 (e a menor é 10X mais esperta que a mais velha) e ficarão com a Doña Cande, nossa empregada faz 5 anos e praticamente dona da casa. Meus pais viriam "cuidar" das meninas, o que significa na realidade MIMAR, ESTRAGAR & FAZER TODAS AS VONTADES DELAS POR UMA SEMANA. Mas eis que minha sister G2 teve um piripaque na coluna, entrevou na cama e voilá, o médico disse que é hérnia de disco. Viagem dos avós cancelada bem como meus planos de estender a viagem pra Phoenix, elas ficarão bem, sei disso... se não fosse o detalhe que vamos "abandonar" elas em plenas provas bimestrais. E elas estão fazendo o possível e o impossível pra deixar bem claro pra gente (especialmente pra mim) que estão sendo "abandonadas". PQP, o pior é que apesar de saber que é pura chantagem... isso no fundo acaba funcionando. Filhos, quando querem, phodem com a alegria da gente.
Confesso que já sabia disso (da semana de provas) e estava omitindo esse pequeno detalhe pq... bem, se tivesse contado minha viagem estava cancelada. Maridex só descobriu ontem... e faltou pouco pra não ter um colapso tamanha culpa. Mas como as passagens já estavam compradas e tudo o mais... vamos e seja o que D'us quiser. A época de provas aqui em casa é sempre engraçada (na falta de adjetivo melhor). 
Baby one... mini hermione, arquétipo da atená, com altas doses de perséfone.
Baby one sempre volta das provas arrasada (física, mental e espiritualmente), achando que se deu mal, enlouquecida, desnorteada, praticamente arrancando os cabelos... e num nível de carência além da imaginação. Hoje fez prova de física, que em geral se dá bem (ok, ela em geral se dá bem em tudo), mas ... pronto, voltou fazendo aquele drama, que tinha estudado, que tinha isso & aquilo e que na prova se deu mal e que blá blá blá. Não me perguntem... algo a ver com ótica, luz, refração, sei lá. Aí eu escuto ela e penso comigo mesma... pqp, ainda bem que não me lembro de nada disso, que felicidade nunca mais ter estudado física - a vida é bela. E ela percebe que estou viajando e aumenta o drama: "... mamis, vc não está prestando atenção!!!!!!!!!!!!!" . Claro que não estou, mas estou aqui com os dois ouvidos a postos pronta pra ouvir todo esse dramalhão mexicano e inútil pq no final vc vai tirar um oito (o que pra ela é nota baixa, tipo: fim do mundo, minha vida acabou... sou burra!) e eu vou querer te socar por ter me feito meu ouvido de penico à toa. Igualzinho ao pai e aos avôs, ou melhor, pior que o pai e os avôs juntos. Meu pai morria se tirava uma nota abaixo de 10, maridex idem, filhota one em estado de panicat também. É sempre a mesma ladainha... MAS euz - na condição de genitora compreensiva avec iluminada - tenho que estar presente e dar o apoio moral durante esse período em que ela pira na batatinha. Faz anos que tento explicar pra ela que entre o preto e o branco existem mais do que 50 tons de cinza e ela não aceita. E que nem sempre a gente pode se dar bem em tudo, e que precisa estar pronto pra uma nota inferior de vez em quando... como se um 8 fosse nota baixa, aff. Dai-me paciência, Senhor! No bimestre passado pela primeira vez na vida ela ficou com uma média abaixo de oito. Foi um inacreditável 7,9 em português. E por conta disso perdeu o alamar (pra quem não sabe é um tipo de distinção que os alunos do colégio militar que possuem todas as médias acima de 8 recebem - ou perdem - a cada bimestre) que sempre conquistou desde que entrou na escola. Como ela acha a professora de português uma anta completa disse que não iria lá pedir reconsideração de nota e chorar por um décimo. Dei todo apoio, acho que nessas horas o orgulho pessoal vale mais que ser alamarada. Sem falar que ela (que diz que não sabe português, no coments) vive corrigindo a professora em sala de aula e imagino, que por isso, não seja assim... a aluna preferida dela, kkkkkkkk.  E, se fosse pra perder o dito, que fosse assim... de cabeça em pé, altiva e segura. Acho que ela até levou bem a situação, não teve choro nem vela.
Ah, e sabe o que é o melhor de tudo? Depois de ficar ouvindo ela surtar e ter suas infundadas crises de insegurança e desespero? E ficar consolando e jogando a bola dela pra cima e dizendo que ela é o máximo e que é capaz de fazer qualquer coisa que quiser, et cetera? Tenho que ouvir (atenção bra-zeeeel) que a MINHA opinião não conta porque sou a mãe dela... e por isso estou sob suspeição. A minha opinião NÃO CONTA, caríssimos. Graças aos céus estamos em 2013 e  isso de ajoelhar no milho e chicotear no tronco saiu de moda... pq ah, que dá vontade... ah, se dá! A maternidade é algo... indescritível, mesmo pq não conheço palavrões o suficientemente pesados para qualificá-la. Experimentem e verão. 
Baby two: tudo é festa e magia, zero stress. Faz drama, mas assim que a gente sair ... vai detonar a casa!
Baby two, ao contrário, volta das provas como se NADA vezes NADA tivesse acontecido. Se perguntar a resposta dela é sempre a mesma. A prova foi fácil, ela foi mais do que bem, foi Ó-TE-MA, seguido de: "... mamis, posso descer pra brincar lá na quadra?"  Na boa, ela não tem nenhuma matéria abaixo da média (que é 5 na escola... e não é fácil tirar um 5 por lá, garanto), mas não é e nem nunca vai ser uma ner-desesperada como a irmã. Ela estuda, se esforça, mas é do tipo... "não tô nem aí..." . O pai entrou numa de "não vou desistir da minha filha, ela pode mais" e tem estudado com ela toda santa noite por 2 horas seguidas (Arrepiei toda, altos pesadelos com as lembranças de quando meu papis tentava me ensinar matemática, física... enfim, essas coisas mais complicadas que grego antigo. Nunca tive aptidão pra exatas, era um martírio). Como se "eu" tivesse desistido, kkkkkkkkkkkk. Nada disso, só tenho o pé na realidade e sei que uma é diferente da outra e não dá pra esperar de baby two o mesmo da one. Aliás é injusto comparar e querer que ela seja igual à irmã. Na boa, acho que ela é mais feliz e vai se dar até melhor na vida justamente por conta dessa sua flexibilidade inata, a guria tem o que chamam de "inteligência emocional" e se vira muito bem em qualquer tipo de situação. Se tira nota boa, vem, mostra e faz a maior auto propaganda. Já teve cara de pau suficiente pra abrir o berreiro e ter um piti porque tirou um 9,7 em matemática - ela adora uma platéia e sabe fazer uso dela. Euz, juro... não sabia se ria ou se dava uns tapas na atriz mirim. Ontem mesmo estava mostrando um 8 pro papis-que-baba e faz todas as vontades dela. Meia hora depois achamos uma prova com nota 6 jogada no lixo, kkkkkkkkkkkk. Ela é desse tipo: malandra agulha até a medula. Totalmente phoderosa, daquelas que não se acha... tem certeza. Zero problema de auto estima. A santa da Cande já até fez o bolo preferido da encrenquinha (3leches) só pra ela não ficar "tristinha com a nossa partida".... pois segundo ela a little scorpio é muito "sensível". Traduzindo: a menina é mimada até dizer chega e consegue seduzir todos para que façam tudo o que ela quer e deseja. É ou não uma gênia na arte da manipulação?
Quero só ver no que vai dar.... e é claro que se algo der errado e elas se derem mal nas provas a culpa é da mãe. 
A culpa é sempre da MÃE. Freud, te odeio.

3 comentários:

  1. No teu caso,o Freud bateria palmas.
    Tu és uma mãe MARAVILHOSA,tuas filhotas têm muita sorte...

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  2. AUahuahaua ainda bem que eu ainda não carrego esse tipo de culpa rs

    Kisu!

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  3. Oi, Gê!
    Senti o estresse só de ler o texto. As duas estudam na mesma escola e tem os meus pais, o que faz a sua Baby One querer ser reconhecida como uma menina inteligente? Talvez ela esteja com problemas de auto-estima porque muitas de nossas ações, como pais, podem reforçar um pensamento negativo que atrapalhará sua vida futura. Dá uma lida nesse texto que fala das teorias de Carol S. Dweck.
    Sei que é pedreira estudar em escola militar, mas essa angústia não é normal!
    Beijus,

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