domingo, 17 de março de 2013

Made in Peru (3)

Domingão de muito sol em Lima! 
Lima, te quiero!
Passeio imperdível do dia (dica dazamigas que moraram lá e de outra que tinha acabado de voltar de viagem): assistir o show de águas no Parque de la Reserva, à noite. Quem tem amigas não passa mal, nunca!
Do início para não tocar rebú no post... Tomamos o taxi (domingo o preço aumenta pq o número de taxis circulando baixa, nem pense em pechinchar, pegue o primeiro que aparecer!) e fomos em direção ao centro. A primeira parada foi no Shopping Polvos Azules (shopping é exagero...), um centro comercial popular famoso por ter roupa de qualidade a preços baixos. Nos deram mil avisos sobre segurança, et cetera e talz. Como disse antes, estou pra ver lugar que assuste brasileiro, aff. O lugar é um tipo de shopping popular (Oiapoque e afins em Belô) com mini lojas (tipo Feira dos Importados em Brasília) onde tem de tudo um pouco. Popular, sim. Organizado (aparentemente seguro, mas nada de dar mole, hein?) e limpo também. Para quem está a fim de comprar roupa de marca por preço baixo é o lugar certo. Como não estávamos precisando de nada, acabamos por comprar pouco, praticamente camisetas para as filhotas e para dar de presente para amigos e só. Tem caixa eletrônico e até banco para fazer cambio... o que no fim do dia nos causou um susto e transtorno danado (suspense)!
Esculturas no parque de la exposición
Dali seguimos para o Museu de Arte de Lima (MALI). Por azar, as salas de exposição permanente estavam em... reforma e a expo aberta não nos interessou. Como estava perto da hora do almoço, comemos no café do próprio museu. Mais peixe de primeira. A vida é bela e meu estômago um ser feliz em terras peruanas. Desfrutamos do almoço tranquilamente, passeamos pelo parque... cheio de famílias limenhas aproveitando o dia, muitos deitados nos belos gramados, admirando as estátuas ao redor. Um jardim agradável, um sol na medida ideal, um clima de paz e serenidade. Por um momento lembrei da Quinta da Boa Vista no Rio, depois apaguei a imagem da cabeça. Nada a ver! Faltava a sujeira, a farofada, a bagunça, a gritaria, a música alta, enfim... faltava aquilo que chamamos com orgulho de descontração brasileira, mas que é só uma desculpa pra nossa falta de educação e respeito para com os outros e para conosco mesmo (é, também me sinto mal quando penso nisso). Descendo o pequeno parque de la exposición chegamos a outro museu, o Metropolitano. 
O museu que conta a história da cidade de Lima foi a boa surpresa do dia. Entramos e compramos o ingresso. Estranhamos quando nos disseram que as visitas só são guiadas e que o museu era virtual. Ãh? Pensamos logo que tínhamos entrado numa roubada. Ficamos conversando com a moça do guarda-pertences (outro local proibido de tirar fotos... vida dura, vida cruel! os peruanos não me amam, não me querem bem... buá buá # mimimi) sobre irmos depois no museu de arqueologia (prioridade número 1 nos meus planos - aloka em transe por museus). Daí ela, cheia de boas intenções (para onde mesmo vão os bem intencionados?) e com o coração transbordando de boa vontade nos dá um mapa de museus! e alerta para o fato desse museu (o de antropologia! my precioooooous) fechar logo no domingo. Cortamos a visita dele naquele dia e resolvemos ir na segunda. Dãh! Coitada da moça, antes ela não tivesse nos ajudado. O guia-mapa turístico especializado em museus da cidade estava ERRADO, o museu de antropologia abre sim no domingo e fecha na segunda. Quem foi lá na segundona e deu com os burros n'água?!? Quem? Quem? Ainda bem que eram férias, ninguém tinha pressa, hora, compromisso... 
A meia hora que faltava passou, o nosso guia chegou e fomos conhecer o museu metropolitano de Lima. Sabe o que é ficar de queixo caído logo na primeira sala? Poizé. Muito legal, super bem bolado e montado... a gente nem se dá conta do tempo passado lá dentro. Show! Palmas para os limenhos, o museu é um interessantíssimo. Sem falar que fiquei conhecendo um autor limeño, Ricardo Palma. Preciso de ler ele... depois de terminar todos do Vargas Llosa. Até quem não gosta de história fica entretido lá e faz cara de "mas, já acabou?" ao fim do tour. Fotos? Nada... Se fosse parar para fotografar ia perder o fio da meada, tenho que concordar. Mas ainda assim, é uma coisa enjoada não poder tirar nem uma foto... nem umazinha!
Museu Metropolitano - boa surpresa!
Como a visita ao museu de antropologia foi abortada (aff) fomos direto para a Plaza mayor (dale taxi) ver com calma as belezas de Lima colonial. Sei que vou chover no molhado... mas os balcões são lindooooooooooooos! Era domingo, o povo na praça, nas ruas, tudo lotado... e limpo. O calor estava pegando e resolvemos tomar sorvete, estávamos na fila de um barzinho quando viramos o olhar e demos de cara com uma mega lanchonete-restaurante-valetudo bem na frente. Com a propaganda de uma mega banana split. Por D'uz, não se pode acusar os limenõs de pão duragem... cada uma das bolas devia pesar meio quilo. Ainda bem que pedimos um só para dividir. Ou melhor, Amoremio pediu um, a madame aqui toda encucada na dieta (o que - onde - como?) pediu uma bola só. Mas depois ajudei na dura tarefa de terminar o sorvete dele, a título de apoio, nada mais, rs. Comíamos quando começou o maior auê na rua (na verdade um calçadão - fechado para carros) bem na nossa frente... corri com máquina em punho. 
Parte da turma do NO. 
A princípio pareceu um tipo de desfile folclórico... vários grupos com roupas típicas tocando flauta, tambor, cantando e gritando, iam passando. Seria alguma data festiva? Depois deu para ver (e ler) as faixas, era uma manifestação política (bem legal) de partidários do NO (pelo pouco vimos na tv e nos jornais locais, parece estar havendo um tipo de votação... SI X NO, um plebiscito) que dentre outras coisas discutiam o indulto e libertação do Fujimori, o ex presidente. Alguém lembra dele? Parece que estão com problemas também com a prefeita de Lima. Para uma turista por fora da política atual peruana, a manifestação me pareceu um belo desfile de blocos folclóricos.... foi bonito, adorei as músicas e todos em volta pareciam contentes. Muito estranho... Nada de briga, baixaria e nem de papel jogado na rua. Como é bom estar no país dos outros... a gente se sente leve, sem a obrigação de ser um cidadão engajado e atualizado com a política nacional. Tudo é festa para quem está de fora, até mesmo uma passeata política, que parecia importante, como aquela. 
A feira gastronômica, sabores e temperos do Peru.
Passeamos por toda plaza mayor, admiramos a arquitetura colonial espanhola, a igreja, o palácio do governo, as ruas próximas. Babamos nas fotos das comidas dos restaurantes ao redor... era o local certo para comer cuy assado! Pena que já estávamos cheios. Novamente, ouvimos música vindo de longe (nem tão longe assim) e fomos atrás... acabamos chegando nas ruas do fundo do palácio do governo. Ali o esplendor colonial acaba e começa a vida como ela é. Lima real, pobre e cheia de vida. Tinha uma feira gastronômica montada (droga de barriga cheia, não cabia mais nada!), o povo ouvindo mariachis (surpresa, tem lá também!) ou cantando em karaokês no meio da praça (?), barraquinhas de quinquilharias, uma farra! Andamos por ali bem conscientes da nossa cara de turista. Acabamos por achar um anel - encomendado por um amigo - no meio daquela muvuca. Foi a maior sorte, pq não achamos outro em nenhum lugar depois.  
Os famosos balcões limenhos na plaza mayor.
Andamos bastante e voltamos pra frente do palácio presidencial, só que acabamos sem paciência para esperar a troca da guarda. O guardinha atencioso nos disse que era bem bonita, e que todos ali (estava cheio com tendência a lotar) esperavam pelo evento. Bateu aquele... ah, a gente pode passar sem isso e decidimos andar mais pelas ruas ao redor. Achei uma sagafalabella (em promo!) ali no centro, entramos... maridex achou um jeans e calças compridas da-das, e ainda tinha alfaiate da loja, pra fazer a bainha em 15 minutos - de grátis! Fomos pagar, e o susto do dia... cadê o cartão do maridex? Reviramos bolsa e carteira e mochila e tudo... mas nada dele aparecer. Depois de algum muito stress chegamos a conclusão que ele tinha "esquecido" ele lá no Polvos Azules, depois de sacar dinheiro do caixa automático. Eh, o que seria da vida sem fortes emoções? Por sorte, não era o único cartão. Pagamos a conta e quando percebemos já tinha escurecido. Era hora de ir para o parque de la reserva ver o tal show das águas. Não ia perder isso por nada, nem mesmo por conta do maldito cartão perdido.
Parque de la Reserva
Maior povão lá, maridex (irritado e preocupado com o cartão) já olhou com cara... dessa vez você nos meteu num PI de verdade. Novamente deu o braço a torcer. Estava lotado sim (4 soles a entrada), toda Lima parecia ter escolhido aquele programa para a noite de domingo. Mesmo assim, o local era um primor... que parque lindo, as fontes são um graça. A iluminação... nossa, tudo a meia luz, que relaxante! Fomos passando de atração em atração com cara de bobos. Era tudo  bem feito, bem cuidado... um passeio de família para encerrar o fim de semana, sabe? As atrações chegam a ser de uma beleza pueril, nada além de fontes de água bem iluminadas, mas o encanto está justamente nisso. A gente se sente puro, inocente... encantado como as crianças que brincavam por ali. Uma pena não estar com roupa de banho por baixo, pois em algumas se pode entrar, tomar banho, se divertir! Já estávamos satisfeitos e quase indo embora quando me toquei que não podia ser só aquilo... uma das amigas tinha avisado que o show das águas-música-luzes no fim da noite era do mesmo nível do que ela viu em Las Vegas. Onde era isso? Fomos seguindo as fontes até que chegamos a um túnel subterrâneo (uma avenida corta o parque em dois) e descobrimos que tinha muito mais para se ver do outro lado. Mais fontes, ainda mais belas... mais uma vez tiramos o chapéu para Lima! Entramos no túnel de água e por alguns instantes deixamos de pensar na droga do cartão sumido. Relaxamos e curtimos o local... até que avistamos a mega fonte onde é feito o show. Realmente, vale a pena... que bom que pudemos curtir aquele momento. Se estiver domingo em Lima, não deixe de ir. 
Show de águas - espetáculo de primeira - na lista do "tem que ver".
A hora da magia passou, caímos na real ao tentar disputar um taxi (junto com todooooooooooooos que estavam no parque) para ir até o Polvos Azules. Sim, maridex enfiou na cabeça que havia uma chance (em trocentos milhões) de algum ser de luz ter encontrado e guardado o cartão. Fazer o quê? Acho que todo aquela simpatia limenha e pureza das águas tinha afetado a cabeça dele. Levou um bom tempo até conseguirmos a confirmação (no banco) de que o cartão tinha sido cancelado e ninguém tinha feito nenhum saque com ele. Ah, segunda pela manhã, voltamos de novo no Polvos Azules, para checar se o cartão não estava na casa de cambio... Não sei de onde tiro paciência, tem hora que só ______ , mas no fundo fico tocada ao ver ele tão confiante, acreditando candidamente na honestidade dos outros. Apesar de achar uma perda de tempo, acho bonita toda essa esperança. O importante é que tudo acabou bem e no final chegamos num acordo para evitar briga: o cartão deve ter ficado preso na máquina e ele distraído por mim (sacaram a inversão da culpa?) não percebeu. Aff, esses homens! 


2 comentários:

  1. "estou pra ver lugar que assuste brasileiro" olha, eu concordava com voce, ate ver uma feira nazista em Sofia... haha
    Eu adorei o balcao da praca maior, que coisa mais linda!
    E eu dei risada... claro que a culpa do cartao ter sido perdido eh sua, ne? hahaha

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  2. Passear é bom demais...e to pra ver homem assumir a culpa de qualquer coisa! Claro que foi vc quem o fez esquecer o cartão, gê!!!

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