domingo, 30 de dezembro de 2012

Bauer, coração barroco e desapego.

Sim, fiz isso e muito mais.
Pessoa que exagera = eu. 
Em tudo, com tudo e por tudo. Tendo me fazer de clean mas sou barroca. Sou barroca na alma, sou barroca de coração, sou barroca da cabeça aos pés. Um problema quando se trata de estilo de vida. 
Alguma vez comentei por aqui que pinto? O sete, o oito, o nove e bauernmalerei também. Tão bem que já até dei aula. Fui meio que obrigada ameaçada chantageada convencida por uma amiga, aí gostei... (mentira, amei!) e continuei bancando a mestra das artes por um bom tempo. Formei até uma substituta, que hoje dá aula e dá banho... orgulho total. Uma vez quase escrevi um livro sobre isso (bauer) - a metida. Mas aí, baixou - ufa - a noção da realidade, caiu a ficha e não cometi esse desatino. Mas, sem falsa modéstia... eu pinto bem demais! Claro que, como de lei, nunca tenho nada que pinto. A maioria foi vendida (choro de dor... parece que estou vendendo um filho) ou dada de presente (dói menos). 
Parei de pintar feito louca devido a um acidente de carro que fez do meu ombro esquerdo carne moída. O médico tirou trocentos raios-x pq não acreditava que não tinha quebrado nada devido ao estado em que fiquei. Carne moída mesmo...  mas com ossos de titanium! Wolverine and me, gêmeos separados pela nada mole vida {Sempre desconfiei que minha cegonha tinha sido abatida antes de chegar ao seu local de pouso determinado pelos deuses mutantes - Call me, Stan Lee!}. Pausa pra lembrar do acidente e agradecer que pela sobrevida. Amém. Bem, de vez em quando - muito de vez em quando - pinto um pouco. O problema é que a dor (no ombro, direito off course) é tanta que além de demorar horrores para fazer algo que antes fazia the flash, preciso de muito muito muito remédio pra dar conta. Enfim, praticamente parei. Quando pinto é pra peça ser doada em leilões e bazares de caridade. Isso depois de ser chantageada por amigas, preciso aprender a dizer não, anotação feita... 
Outro trabalhinho... 
Bem, mas quem disse que consigo me desfazer das 8 caixas enormes de material de pintura que tenho guardado (e arrasto comigo a cada mudança) desde 2008? Vejam bem... não é uma ou duas caixas, são oito. Das grandes, enormes. De material pesado: madeira, livros, revistas, apostilas (a minha é show - completíssima), tintas, fora os 100 e poucos pincéis. Prometo - pra mim mesma - que vou me desfazer dessa tranqueira, mas até agora... nada. Já doei muito material, mas ainda tem o suficiente aqui pra montar um atelier profissional. Aff.
Bem, está tudo lá, abarrotando o quarto de empregada e a área de serviço. Estou tentando reduzir à metade. Mas aí olho... tem peças especiais, designer meu... que mandei fazer pra pintar e dar de presente pra gente querida, pra família, coisas que jurei pintar pras minhas filhas, outras que quero pintar pra mim. Complicado... sei que não vou conseguir me desfazer dos pincéis nem dos livros e cia, mas sei também que preciso me desapegar das peças... é muito volume. Muito fácil esse papo de desapegar quando não se trata de algo que você gosta, que te faz (ou fazia) bem. Sei que é necessário. Vou conseguir. Isso foi só um recreio... tô voltando pra lá, pras caixas. Não tem cabimento continuar a carregar aquele material todo. Tenho consciência disso. Só falta combinar com meu coração barroco e possessivo.

3 comentários:

  1. Gê, já te contei que eu tb pinto? Só que eu pinto supsuperer mal!

    Nao desiste não, amiga. Se enche de comprimido. O aleijadinho não pintava todo encarangado? Devia doer também....

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    Respostas
    1. Apelando pro Alejadinho?!?

      Chuta minha canela que dói menos, amigaaaaaaaah!

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  2. Que coisas lindas, nossa! Quem dera eu tivesse esse talento todo! Até pra colorir livro de figuras eu sou descoordenada, hahaha!

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