terça-feira, 13 de novembro de 2012

Quando o coração suspira...

Meu coração bate fora do compasso.
Cada um sabe o coração que tem.
Meu coração, não sei porque, bate feliz... fora do compasso. Tem seu próprio ritmo e cadência. Não importa se a vida está tocando um hard rock, ele sempre será bossa nova. É o meu desafinado.
Ele é do tipo que sopra, ou melhor... suspira. Suspira muito, suspira demais... oh coraçãozinho preguiçoso. Folgado! Não sou eu que sou preguiçosa, é ele. Fazer o quê? Não é nada demais ter um coração desses, basta saber levar. Foi na minha primeira gravidez que descobri que tinha a tal da síndrome do prolapso da válvula mitral.  Aff, que nome! A primeira vista parece até grande coisa, talvez seja, mas nunca fui de super valorizar. Se não há o que fazer, chorar pra quê? Nem sei se dá para chamar isso de doença, acho que está mais mais para uma condição, um senão... Fiz os exames, confirmou-se o diagnóstico e a partir daí comecei a entender essa minha "facilidade" divosa para desmaiar. Nem tudo é culpa da pressão baixa, afinal. A bem da verdade, meu coração malemolengo fez o maior par com a pressão baixa. O tema deles é amigos para sempre!
A vida seguiu - e segue - normal, tive minhas duas filhas, sem nenhum transtorno maior. Se disser que vou ao cardiologista todo ano, estou mentindo. Mas sei bem o que posso e não posso fazer, tenho consciência de até onde posso ir. Só não sou de ficar fazendo estardalhaço com saúde. Acho que fora minha mãe, que estava ao meu lado quando o médico descobriu a doença, quase ninguém mais sabe (ou sabia, né...?) que tenho essa síndrome. Lembro-me do médico recomendar para durante o parto escolher um hospital que tivesse UTI cardio, mas como não tinha... fui na fé mesmo. E bastou isso. Quem tem sorte...
Claro que, bateu um medinho, mas... medo serve para isso, para ser superado. Acredito piamente que ninguém vai antes da hora. Nunca tive medo de morrer, nem pena. Na verdade sinto mais é uma baita curiosidade sobre o tema. Claro que não tenho pressa nenhuma em matar essa curiosidade, rs. 
Saber dessa condição só me trouxe alívio, a bem da verdade, foi quando passei a entender que não adiantava forçar, não adiantava querer, não bastava tentar.... tenho um limite quando o assunto é esforço físico. Subir o Everest? Tô fora. Participar das Olimpíadas? Só como platéia. Malhação? Bem de leve... maratona não é nem nunca será minha praia. Sabendo respeitar esses limites tudo segue tranquilo, sem palpitações, sem sopros ou suspiros maiores.
Lembro-me de uma única vez em que abusei, e realmente achei que teria um piripaque... foi no Rio, numa corrida de 5 km, minha primeira (e única desde então). Fui na boa, corri quase que 90% do percurso sem sentir nada, só no final que fiquei sem perna... acabei a prova caminhando, num tempo bem menor do que esperava. Depois é que foram elas... do nada veio a arritmia, o descompasso e a sensação de que "eita, fiz merda!".  Não tenho ideia de quanto tempo fiquei desmaiada no parque do Flamengo... sozinha. Até hoje não sei onde estava com a cabeça quando me meti nessa fria. Cada bobagem que a gente inventa! Euz ein? Mas como Deus tem um ligeiro apreço pelos loucos, insanos e irresponsáveis... me safei sem maiores problemas. Foi só dar um tempo e o coração voltou ao seu ritmo normal, a pressão normalizou e aqui estou. 
De quando em quando brinco que vou aprender a correr... mas é só isso, brincadeira. Papo furado e nada além. Bem sei dos meus limites e os respeito. Assim sendo... salve a yoga, o pilates e cia ilimitada. 
Quando se tem um coração que suspira... é melhor não pagar pra ver.

Mais informações sobre o prolapso da valvula mitral aqui: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/prolapso-da-valvula-mitral.
Na dúvida sobre o estilo do seu coração?
Procure um médico!!!.

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