quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tesarac!



Já ouviu falar em Tesarac? 
É um termo criado pelo norte-americano Shel Silverstein para descrever períodos da história onde ocorrem grandes mudanças sociais e culturais, em que a situação e a sociedade se tornam mais confusas e caóticas até conseguirem se reorganizar. É bastante usado em propaganda, publicidade e cia ltda.
Tesarac é o caos? Não exatamente... mas é um período estranho, conturbado, de incertezas.
Nele sentimos a mudança, sabemos que algo está acontecendo, mas sem precisar exatamente o que vem por aí. Podemos reconhecer até o que “já foi”, mas ainda não temos segurança sobre o que está por vir... Rola ansiedade em massa para aqueles que percebem o momento.
Talvez você esteja vendo ou vivendo isto, agora.
O antigo vai perdendo lugar enquanto o novo, que está batendo à sua porta, ainda não é conhecido, e por isso desconfiamos... Será que a substituição valerá a pena?
Como lidar com a novidade (nem tudo que é novo é bom - nem toda surpresa é bem vinda) que veio pra ficar, queiramos ou não?  Como se adaptar à iminente troca de paradigmas... sociais, familiares e até mesmo pessoais. Porque existem sim, tesaracs pessoais. Quem nunca viveu um chocante período de mudanças, que abalou seu mundo interno e o fez rever conceitos e verdades?
Para quem disser que não sabe o que é isso, tente recordar da sua transição da infância para a vida adulta, aquele período complicado chamado adolescência. Pois é... esse é um tesarac típico, e por mais suave que possa ter sido para alguns, sempre marca essa passagem marcante entre o que não se pode ser mais e o que não sabemos que seremos. Esse é só um tesarac pelo qual passamos, talvez o primeiro para grande maioria. Mas não o único.
A solução pra enfrentar esses momentos delicados é o autoconhecimento. Talvez seja exatamente o oposto: essas situações limite que nos levam a descobrir realmente quem somos. Claro que saber lidar com nossas próprias emoções, expectativas, desejos e objetivos ajuda a ter em foco o principal: nosso propósito (sentido) de vida. Mas não é fácil lidar com esses momentos, em que perdemos o chão, o apoio que considerávamos sólido, e até mesmo com reações que julgávamos ser as corretas diante de um caso hipotético. Quantos de nós já disse por aí, cheios de razão, ah... se um dia acontecer isso ou aquilo... eu detono, faço aquilo e isso! Falar sem ter passado pela turbulência ou pelo obstáculo real é mero discurso. A vida tem recursos para nos provar o quanto nossas teorias e planejamentos são falhos e de nada servem diante de alguns terremotos pessoais. 
O primeiro passo, difícil de ser dado convenhamos, é entender que nada nem ninguém é perfeito. Nem mesmo você, que está aí se sentindo a vítima. Deixar o papel de vítima e ser pró ativa diante desses eventos é complicado, exige muito autocontrole, ouso dizer que além disso requer autoconfiança (ligeiramente abalada, em alguns casos) e fé no futuro. 
Se cair na ladainha do coitadismo: "Eu não posso, não consigo, não tenho capacidade” vai se dar mal. Provavelmente vai ficar até doente. Dizem que o melhor remédio para quem não quer adoecer é justamente decidir. Mesmo que isso requeira corres riscos, rever conceitos antigos, e mudar de opinião. Ficar parado vendo a doença se expandir que não dá. Pedras paradas não movem moinhos, ok?
Não sou doutora em terasac, nem tenho a solução sobre como lidar com eles. Se tivesse mandava engarrafar e ficaria rica. Tudo que sei é fruto do que já passei, do que aprendi e sei lá como sobrevivi para contar. Meninas, eu vi... 
Foi preciso coragem para me desconstruir e refazer tudo o que considerava concreto e firme antes... e que vi sumir diante dos meus pés feito areia movediça. Não foi nada agradável, mas depois de cada um desses processos de duro aprendizado só posso dizer que gostei mais ainda do novo eu que emergiu. Fiquei mais humana, mais humilde, mais forte e o mais importante: descobri quem sou e quais são meus limites. Não digo que fiquei mais sábia, porque ainda tenho vaga cativa no clube das bobas, mas...  Valeu a pena cada prova do caminho, cada pedra em que tropecei... todas me foram úteis, apesar do sofrimento e das lágrimas (já disse que sou chorona, rs). 
Mas se aprendi uma coisa foi a não esperar nem confiar em tábuas de salvação, com o tempo elas tendem a se transmutar em destrutivas âncoras. A natureza das âncoras é levar para o fundo, o que não é o objetivo de ninguém que esteja a fim de se salvar. Aprender a nadar por si só é fundamental para quem não tem como meta de vida se afogar.
Cheguei àquele perigoso ponto em que terasac nenhum me mete medo, estou pronta para tudo.
.Manda ver Dona Vida! Que estou achando tudo isso ... POUCO!  

2 comentários:

  1. Maravilhoso Geíza... adorei
    Não!
    Fora que me caiu como uma luva, esotu vivendo dias de tsunamis intimos meus moinhos de ventos estão um caos aqui pois preciso tomar uma decisão que vai mudar e muito a minha vida. E esse seu texto foi perfeito fora essa frase:
    "A vida tem recursos para nos provar o quanto nossas teorias e planejamentos são falhos e de nada servem diante de alguns terremotos pessoais. "
    Que com certeza vou levar com sua autoria claro!
    para meu blog viu ?
    Amei esse post.
    Até mais
    Debby :)

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  2. É mesmo,chega um ponto em nossa vida que temos de enfrentar tudo,de grandes mudanças a picuinhas,aprender a dizer não e mandar se catar quem achamos que não vale mais a pena aturar,e,principalmente, aceitar que não somos perfeitas, como vc citou acima...

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