sexta-feira, 3 de agosto de 2012

fratura exposta by G


Não havia nada a ser feito. Nada a ser declarado. Só o terrível fato de que aquilo era real. Estava quebrado, exposto, dolorido. Quase destruído. Restou tão pouco... só a essencia. Só a lembrança do que um dia foi e já não é mais. Cara, coração, as duas pernas fraturadas. Coisas da vida... como acordos desfeitos, compromissos desmarcados e amores perdidos. O tempo não cura, só passa e nos ajuda a aceitar que não correremos juntos como antes. A fratura pode ter sido restaurada mas há uma sombra dela a arranhar o espírito. No máximo caminharemos e em algum instante nossas mãos voltarão a se entrelaçar. Então poderemos sorrir, aliviados. O sorriso incerto dos que sobreviveram a terremotos. Sabemos como tudo pode se perder num instante, num engano, por um desvio do caminho. Como a felicidade é frágil. Deveria existir um programa de conservação e proteção da felicidade. Sou voluntária.

3 comentários:

  1. Oi Ge,

    eu tambem estou precisando desse programa... Fraturar a felicidade hoje em dia está muito fácil...
    lindo o seu texto!

    bjsss

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  2. Acho que seremos muitos voluntários nesse programa... a minha, coitada, já anda toda remendada, manca de uma perna e com a cabeça meio torta. Mas eu ainda espero que ela se recupere, né?
    Beijos!

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