segunda-feira, 23 de julho de 2012

Não é um dramalhão mexicano.


A gente tem sonhos tão bestas... Na verdade não são bestas, só bobos. Quer dizer são bobos para maioria das pessoas. Não sou parte da maioria. Tem dias que gostaria de ser, de ter uma vidinha comum, ter raízes.
Exemplo de um sonho desses? Como um dia poder comemorar meu aniversário com todas minhas amigas queridas, reunir num só dia todas que moram no meu coração. Antigas, novas, reais, leais, loucas, virtuais, todas elas. As que estão presente apesar da distância. Queria mesmo, mas sei que isso é tão impossível quanto nevar em dezembro no sertão nordestino. Só estou constatando, não é reclamação não. É mero fato com o qual tenho que lidar, mais um desejo que não será realizado. Nem com reza brava. Nem se Papai Noel existisse. Missão impossível level 2001, uma odisséia no espaço.
Às vezes é complicado lidar com essas pequenas frustrações cotidianas. As grandes, tiro de letra. O que me desconcerta é isso... Sempre fui boa em questões complicadas, na escola me dava bem onde todos se perdiam, e errava justamente nas questões mais simples. Falta de atenção total para o que é aparentemente fácil. No trabalho também, o mesmo padrão. Sou ótima em tempos de crise, grandes problemas, abalos sísmicos, urgências e emergências de alto poder destrutivo provocam o melhor de mim. Lembro de uma chefe minha (muito competente) que uma vez me disse que eu morria na rotina mas me enchia de brios quando a situação apertava (e os outros corriam, recusando o desafio). Sou fera nesses momentos que, via de regra, deixam os outros acabados. Mas me perco totalmente nas miudezas, elas que me fazem sofrer.
Sou completamente inábil para o comezinho cotidiano. Talvez por isso nunca tenha sido (nem venha a ser, apesar da real boa vontade) uma boa dona de casa. No fundo sei o que está havendo, já são os sintomas da próxima mudança. Restam seis meses em Saint Mary. Ainda não sabemos para onde iremos.
A única constante na minha vida é a eterna inconstância.
Fico esperançosa de que saia determinada cidade, e não posso demonstrar essa ansiedade por que isso gera um caos total na cabeça de certa pessoa. Essa semana tivemos praticamente um arranca rabo por isso, por pouco as férias vão pras cucuias. Fiquei com os nervos à flor da pele.
E quando isso acontece preciso andar... muito. Obviamente que andar algumas horas pela orla carioca, lá pelas 11 da noite não é algo muito aconselhável. Mas quem disse que isso me importa? Andei, andei, andei... voltei exausta, isso é bom, evita derramamentos de sangue (o dele, no caso). Ele diz que se sente pressionado. Não é minha intenção, nunca foi. Mas que tipo de mundo é esse em que não posso expressar minha vontade?!?! Sei que ele não tem poder de decisão sobre nosso futuro, pqp. Tem trocentos motivos lógicos e racionais que me fazem preferir tal local.
Mas há outro, que conta muito também... a real possibilidade de reencontrar muitas das minhas amigas. Da minha rede de segurança, dos meus colos, dos olhares cúmplices, dos risos soltos, dos choros sem questionamentos. É muito pedir um pouco de estabilidade emocional e conforto? Hoje estou me sentindo assim, meio órfã das minhas amigas queridas.
Vai entender? Como diria uma delas... Deixa de bestage, mulher! Um passinho pra frente por favor, que ainda tem muita água pra passar por baixo dessa ponte. Bem, até que não dá pra reclamar né... crise existencial enquanto se caminha (salve o sol!) do leblon ao arpoador (ir e voltar) não chegar a ser um dramalhão mexicano. No máximo rende uma novelinha colombiana.
Acho que a culpa toda é daquela gaúcha (uma portoalegrense que veio se sentar do meu lado na praia... eita mundinho pequeno.com.br) e ficou puxando assunto. Como sou um ser sociável, dei trela... Só que lá pelas tantas o inquérito começou a incomodar. "Como vc lida com essa vida?" "Como aguenta?" Como... blá blá blá..." Santíssima inquisição gaudéria. Claro que fui chamada de mimosa, rs. Em pleno Rio!!! Pode isso, Arnaldo?
A verdade é que na maioria do tempo não lido bem com essa instabilidade previsível do meio verde oliva. Praticamente vivo metade do tempo com o piloto automático ligado, porque se for parar para pensar... desisto! Só essa semana devo ter cogitado umas duas vezes em jogar a toalha, chutar o balde e pedir as contas do "cargo".
TPM fellings. Sentiram, né?
Então é isso... estou necessitada das minhas amigas para uma terapia em grupo, das minhas deusas olimpianas, da minha psiquê amada que está em Buenos Aires fazendo doutorado (chique no úrtimo!), enfim... das minhas coleguinhas dessa nada mole vida. Apesar de todo esse sol lindo que está fazendo agora aqui no Rio. Talvez por isso mesmo, queria que elas estivessem aqui para partilhar desses dias lindos, dos passeios na beira mar, das idas ao centro, enfim, de tudo.
Ah, o mofo se foi... o que é sempre bom. Apesar do protetor solar 30, já perdi o branco omo total max.

4 comentários:

  1. Vc pediu e eu atendi... parei de rogar praga (só até começar a chover de novo por aqui, hahahahaha).

    E eu acho que o melhor tempo pra pensar é com chuva, ouvindo "all by myself", no melhor estilo Joey Tribianni (naquele quadrinho que imita chuva). Mas se vc pensa melhor caminhando (contra o vento/sem lenço sem documento/num sol de quase dezembro...), belê, vale também.

    www.falagrasi.blogspot.com

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  2. Puxa,guria,te ofereço meu ombrinho virtual,é um espécime gaúcho de Livramento, mas já rodei tanto por aí..rsss..e sabe que mudanças às vezes desestruturam a gente, mas acabam sempre sendo pra melhor!
    Filminho trash do dia com o Van Damme(mas o titulo é sugestivo):RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    Respostas
    1. Obrigada meninas!
      Aff... não tá morto quem peleia, rs. Não é assim que se diz no sul?
      Na verdade já passou, meu "processo" básico de voltar ao equilíbrio é uma mistura de 1. caminhar até a exaustão, 2. escrever aqui (o que descobri que me mantém relativamente sã), 3. colo das amigas... no caso estava faltando o colinho. Por isso o mimimi. Mas com vcs - ombrinho virtual conta muito! - com o super telefonema de outra amiga-irmã e da terapia vapt vupt com outra aqui no Rio... estou de volta aos eixos.
      Beijocas!

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