quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ninho de cobras.

Adoraria um ninho de cobras desse hoje.
De que são feitos os sonhos? Memórias passadas, lembranças de outras vidas, ilusão? Qual a diferença entre o real e o sonhado? Qual deles é mais importante? Nem vou meter o inconsciente coletivo do Jung nisso aqui porque tenho ciúmes demais dessa  história pra ficar dividindo ela com o resto da humanidade... real ou não é minha!
Tenho lembranças vívidas de acontecimentos que ocorreram quando era pequena, recordações tão reais que tem sabor, cor e cheiro de realidade para mim. Nunca discuti se ocorreram ou não, pois como disse... sempre foram reais demais para não terem acontecido. Outro dia estava com meus pais e uma dessas mémorias foi comentada, e mais do que isso... eles disseram que nunca aconteceu. Juro que fiquei chocada, como assim? Era sonho? Pesadelo? Algo que assisti na tv e misturei de algum modo às minhas memórias infantis? Sei lá...
A tal memória-irreal é estranha demais, confesso. Mas nunca tive pesadelo com ela, aliás nunca sonhei com ela... vem de outro recanto do meu ser. Tá, sei que viajo legal, o mundo da lua é praticamente meu segundo lar (se não for o primeiro), mas me recuso a acreditar que isso seja só fruto da minha imaginação exorbitante, do gênero loucuras de uma noite de verão infantil.
Não são lindas? Eu acho!
Vejamos que memória é essa: quando pequena (por volta de 1 ano de idade...) morávamos no Acre, em Cruzeiro do Sul, recanto pouco turístico já que era conhecida como capital mundial da lepra, dentre outros atributos, rs. Nossa casa não tinha muro separando o quintal da floresta amazônica (fato) e vira e mexe essa que vos fala desaparecia... menina sapeca (fato). Tem inúmeras histórias dessa época, que meus pais contam... e apesar disso não me lembro delas.
Mas tem algo de que me recordo bem demais, e que os dois insistem que nunca aconteceu! Numa dessas minhas fugas... achei um ninho de cobras, cobras corais. Dá pra imaginar que bonitinho? São tão lindas e coloridas, acabei ali no meio brincando com as fofas. Não fui mordida nem tenho qualquer lembrança de ter sentido medo ou qualquer outro sentimento negativo (zero trauma ou pesadelo). Crianças com 1 ou 2 anos podem ter lembranças? Não sei. A história termina bem, lembro-me de uma mulher (minha mãe jura que não era ela) me pegando pela fralda, que era só o que usava devido ao calor (amazônia... ok?), e pedindo para que eu abrisse as mãozinhas e soltasse os bichinhos. Então fui levada para casa, sorrindo.
Medusa jovem... recém punida por Atená.
Mamily, disse que se algum dia caí num ninho de cobras foi no colo das amigas dela. Ãh?!?!?! [Ok, nesse momento acho que devemos fazer uma pausa e não entrar no mérito do tipo de amigas que minha mãe possui ou do conceito que faz delas.] Medusa fellings.
Falando em Medusa... sabiam que o mito dela é cheio de detalhes mal contados? Ela não era má desde sempre, era mortal e era do bem, uma sacerdotisa... tornou-se um monstro depois de ser punida por Atenas por ter sido violentada dentro de um dos seus templos, o que faz dela uma vítima de uma injustiça terrível (mas deixa isso pra outro post).
Sabe de uma coisa? Seja sonho, realidade, lembrança de outra vida ou não... só sei que nunca tive medo de cobras (seja do tipo que rasteja ou das que andam com duas pernas) ou as vi como símbolo de perigo ou maldade. O que acho que por si só já torna essa pseudo-memória válida.
Enfim... insana desde o berço.


2 comentários:

  1. Acho as cobras lindas... nunca tive medo delas... E eh bem provável que essa sua historia aconteceu mesmo...

    Ou entoa você teve uma experiencia mistica... =)

    Eu li sobre a historia da Medusa, baita injustiça!

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  2. Experiência mística... como não pensei nisso? Valeu, Luana!
    O mito da Medusa é super legal, mil possibilidades de interpretações e análises dele... é um dos meus preferidos, depois da Pandora, claro.

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