quinta-feira, 26 de abril de 2012

Chokito é mais gostoso.

Bom dia, galera!
O post de agora é culpa da Luanaentrópica... ela resolveu falar em choque de realidade (aqui: http://murphymeama.blogspot.com.br/2012/04/choque-de-realidade.html) e euz entrei na onda e acabei lembrando de uns episódios da família trololó. Como o comentário lá ia ficar kilométrico, resolvi transformar em postagem mesmo. Cópia escancarada ou livre inspiração? Sei lá... só sei que não era isso que planejava escrever hoje, rs. Sim, de vez em quando a escrivinhadora aqui faz a arte de pensar antes de escrever, e ontem tonight na cama eu digitei mentalmente um post enorme, linduxo pra hoje (depois sai do forno) e hoje de manhã me veio outro, enfim... se der tempo o dia vai ser ultra produtivo!
Tomem fôlego que isso aqui vaidemoraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar... (quem avisa amigo é!)
Tá, voltando ao tema... choque de realidade, foca no objetivo, mulher!!!
A Lu estava contando da experiência dela numa escola pública, realmente é outro mundo. Euzinha tive a "sorte" de nunca estudar numa. Papis e mamily são classe média e estudo (muito estudo) sempre foi prioridade em casa. Assim, não importa onde morávamos (filha de milico muda de cidade-estado-país-planeta a cada dois anos, no mínimo) nem o que tivesse que ser feito (sacrifícios orçamentários), nós (eu e minhas irmãs) sempre éramos matriculadas na melhor (ou numa das) escola da city. Conhecem aquela coisa... papis não tem o que deixar de herança pros filhos, então mete bronca nos estudos pra gente se virar solito vida afora. Poizé, coisa do tipo. Sem falar que sim, papis é total e completamente surtado com estudo, daqueles que só tirava 10 no IME e em tudo mais que fizesse e claro... esperava o mesmo do sangue do seu sangue. Papis sofreu na minha mão, tanta decepção... eu nunca fui da área de exatas. Tadinho... te amo muito, papis! Já desviei do assunto....
Tentativa de voltar ao tema, de novooooooo:

CHOKITO - A PRIMEIRA A GENTE NUNCA ESQUECE...
Pois, bem... tive minha first pimpolha, coisa fofucha da mãe e ela foi pra escolinha-creche aos 8 meses, super mega power menina prodígio, alegria e orgulho dessa mãe besta aqui que achava que tinha algum mérito pela perfeição da baby. Sério, sabe aquele bebê dos sonhos, mega linda, comportada, ela já nasceu adulta... coisa do outro mundo. Andou antes de completar 10 meses, e em compensação demorou a falar, só soltou a língua aos 2 anos. Mas quando abriu a boca foi um espanto geral, aquele toco de gente a menina do nada começou a falar tudo e perfeito, até conjugando verbos... nunca teve tabititabi, era mega engraçado ver aquele micro ser falando feito gente grande. Como euz tinha alguns traumas por ter sido alfabetizada cedo (acreditam que fugi de casa p ir pra escola aos 3 anos? idiota...) e com isso sempre fui a mais nova da sala ever (entrei na faculdade aos 15, ok... meu niver é em março, então entrei e logo fiz 16... ainda assim, novinha), não fazia a menor questão de que filhotinha corresse na escola. Um belo dia saímos do Rio e fomos pro planalto central  ( BsB = Brasília) e chegando lá, ao procurar-pesquisar opções p matricular a fofucha na escola (particular, off course), descobri que ela teria que repetir obrigatoriamente de ano pq estava um ano adiantada e que ali eles não permitiam isso de modo algum. Ok, repetiremos então... no stress. Pela minha experiência pessoal, capacidade intelectual (sobrava na pimpolha) tinha que casar com maturidade emocional, ou seja... 1 ano a menos quando pequeno FAZ diferença sim. Aí, fiat lux, veio a idéia de colocar a baixinha numa escola pública... mesmo pq as escolas públicas do DF tem fama de ser boas, et cetera e talz. 
Well, falei que filhotinha era perfeita? Bem, era o protótipo da princesa disney... perfeita fresca até o último fio de cabelo loiro até demais. Conseguimos a vaga na escola, ela foi pra alfabetização, fazer o repeteco. Gente, era uma coisa aquela mini barbie chegando na escola (e olha que euz era consciente... mandava ela o mais simples possível, nada de supermochila da moda, nada disso... bem basic), a única blond da sala, quiçá da escola. Ela voltava todo dia em crise existencial, choques e mais choques... no fim foi super legal, ela aprendeu com os coleguinhas até a subir em árvore (eh, mamis realizada), corria, se sujava, tava que nem pinto no lixo e até gostava (!) do lanche... especialmente do dia do macarrão com salsicha. O legal era que influenciada pelas coleguinhas, depois de um tempo o sonho dourado dela passou a ser participar do programa do Netinho, naquele quadro "dia de princesa". Euz rachava de rir pq ela nunca nem tinha assistido isso, nem sabia o que era e muito menos quem era o Netinho... enfim, o sonho das coleguinhas de sala dela acabou virando o sonho dela também. Foi uma experiência super válida, tirou o "verniz" da minha princesa e digo com sinceridade: ela aprendeu a ser criança e a curtir a infância ali. Ah, lembrei de outra coisa... também me divertia pacas com outra coisa, baby one sempre foi centrada, organizada, blá blá blá e apesar de estar repetindo, levava a sério a escola (inté hoje é igual), então acho que ela contava pras coleguinhas que hora estudava, pq era só ela terminar de fazer a tarefinha que minutos depois o telefone tocava... e ela começava a tirar dúvidas e explicar a matéria pros amigos. Depois de conversar com a professora dela, acabamos descobrindo que a galerinha mais chegada dela, que era de uma favela (esqueci o nome) se reunia e ia pro orelhão juntos... ligar pra ela e tirar as dúvidas enquanto faziam o dever. Tá, a mãe boba aqui então morreu... de chorar. 
No fim do ano, na "formatura", amore mio e eu "adotamos" 6 coleguinhas dela que não tinham como arcar com os custos da festa, que foi a coisa mais simples e linda do mundo... enfim, the real life. 
Mais de 80% das crianças vinham de favelas e assentamentos do entorno da rodoferroviária da capital, imagina... Bem, o ano terminou, e como com estudo não se brinca, no ano seguinte a picorrucha foi devidamente matriculada no primeiro ano do Santo Antônio, maravilhoso por sinal. 

CHOKITO 2 - A MISSÃO
Com a baby two passamos por algo similar em 2010, no Rio. Ela foi estudar na Fundação Osório, no Rio Comprido-Catumbi (pesquisem no pai google), uma escola pública federal fundada pela esposa do Marechal Osório, história longa... atende a filhos de militares (foi criada para isso) e também a qualquer um que queira e consiga vaga lá... é difícil. Boa parte dos alunos vem do morro (o Rio só tem morro, convenhamos) próximos como p. ex: do Fogueteiro, Coroa, Turano (já ouviram falar?), e apesar da minha princesa dois ser outro protótipo de barbie, ela é (ao contrário da primeira) naturalmente "safa" e faz um estilo mais lara croft de ser... As salas de aula eram formadas por (chutômetro), 50% filho de milico e 50% moradores das comunidades favelas do entorno. Baby two tava "em casa", meu medo eram as reuniões de pais e mestres... já que todo dia ela voltava pra casa estropiada pq tinha, palavras dela "tido que bater em fulano ou beltrano" pq eles tinha mexido com um amigo-a dela. Euz já me imagina chegando lá, e um dos chefões  locais perguntando... quem é a mãe da loirinha que bateu no meu moleque? Pânico, kkkkkkkkkkkkk. O que é uma vida sem aventura ou fortes emoções?!? Falando sério, isso nunca rolou e todas as reuniões correram em pax. Ufaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Ih, minto... a primeira reunião foi hardcore. Conto: estava morando em copacabana (6 meses de aluguel, ó vidacruel) e fui buscar uma amiga na urca (melhor lugar do rio, amooooo) para irmos as duas juntas pra primeira reunião na FO (fundação osório), como era horário de verão, rio 40 graus em janeiro, cidade da beleza e do caos...    era "noite ainda" quando chegamos na escola, cheias de recomendações... vão cedo, estacionem perto da entrada da escola, não subam o morro, et cetera. Apesar de chegar lá antes das sete da matina, já não tinha vaga, aí fui subindo - de leve - e consegui depois da curva, na subidinha do morro uma vaga pro carro. Rezei pra São Jorge e deixei o carro ali. Fomos pra reunião, aquela coisa insuportável de sempre - detesto reuniões de pais e mestres - e na volta eis que... (põe uma trilha sonora de filme de suspense, please) viro pra minha amiga loiríssima e carioquíssima do lado  e pergunto:
 _ Lindona, aquela faixa negra (imensaaaaaaaaaaa, estendida entre dois postes, no meio da rua) estava ali quando chegamos? 
_ Não, não sei... tava escuro, não reparei.
[realmente não sei se foi eu ou ela quem reparou na faixa, mas como sou yo que estoy relatando... faz de conta que foi assim.]
Daí as duas tontas nem se tocam do mega número de policiais armados na rua num mega aparato de guerra (tá... pode crucificar a gente, merecemos) e subimos na boa a rua, dobramos a esquina em direção ao morro... vazio, silêncio total e pegamos o carro. Detalhe: meu carro era novinho (tinha acabado de compra a livina negraaaaaaaaaaaaaaaaa, já com insulfim, vidros fechados e ar condicionado a mil pelo brasil devido ao verão carioca). Com a rua estava - repito - vazia... zero movimento, desci na maior tranquilidade, papo rolando, relax completo. A única preocupação era qual o melhor caminho a tomar para chegar ao Colégio Militar na Tijuca... próximo destino das duas - mães levemente surtadas em época de compra de uniforme e material escolar, sabecomoé (muda a trilha sonora agora pra filme policial - tropa de elite de preferência).
Estou descendo... e vejo lá embaixo dois carros de polícia, ok, tudo bem... aí um policial pula no meio da rua e começa a fazer sinal p eu parar. Ok, pensei... que chatura, vão me parar na blitz. (sou filha e esposa de milico... militar ou policial armado até os dentes não me põe medo... é normal, estou acostumada com isso desde o berço). Estranho um pouco pq do nada cercam o carro, eu trankilis abaixo o vidro... aí o pobre do policial do outro lado quase tem um ataque histérico... quando vê duas peruas inocentes e inconsequentes dentro do carro. Nunca levei tanto esporro tanta bronca na vida, o homem gritava sem parar totalmente enlouquecido. E nós duas com aquela cara de pateta... sem saber o que tínhamos feito de errado!!! Nesse meio tempo ainda fiquei pensando... puxa, ele não vai pedir meus documentos? (Ainda bem que não pediu, pois depois descobri que estava SEM os documentos do carro). 
Resumo da ópera...
Algum peso pesado do Fogueteiro tinha morrido (a tal da faixa negra, lembram?) e a comunidade estava em guerra colapso, todo bope ali segurando a barra e o nosso carro era (é) o típico carro de bandido descendo pro combate: all black e com os faróis acesos (quando cheguei tava de "noite" e esqueci as luzes ligadas - culpa do horário de verão). Enfim, eles estavam prontos pra metralhar a gente!!! Graças ao bom Deus eles se seguraram... mantiveram o controle, senão... Imagina só a tensão deles vendo aquele carro descer. Meus respeitos (e beijocas) pra toda turma do bope que são ultra treinados e não saem por aí esfolando mães irresponsáveis só pq elas estão descendo uma favela revoltada com o carro errado, na hora errada. Acho que ficaram tão aliviados (e meio putos fulos tbm) quando nos viram, que nos mandaram embora sem nem pedir identificação. Love you, Capitão Nascimento!!!
[as doidas ainda ficaram rindo - de nervoso - e tirando onda pois tinhamos quase passado por "cachorras" de traficante! Pode tanta lerdeza, Arnaldo?]
Ah, sobre a FO, apesar de mal localizada... é uma ótima escola, super puxada e minha baby two amou estudar e praticar luta livre na hora do recreio lá, rs. Devido a essa nossa vida de cigana, a experiência (boa, válida, e ela continuaria lá se não tivéssemos nos mudado novamente...) foi 10 e hoje ela tira de letra o Marista aqui em Sta Maria. 
Falei que isso tudo não iria caber no seu coment, Luana... 
{assim que der... coloco umas fotos aqui, sem tempo now}


6 comentários:

  1. Genteeeeeeee

    Eu tenho tanta coisa pra comentar que da ate preguica.. hahahahahha

    Alias, eu acabei de receber um email mal educado sobre o meu post e terei que fazer outro, dai voce vera como eu me identifico com a sua baby 1 - pelo choque de realidade - e com a sua baby 2 porque nunca levei desaforo pra casa... hahahahah

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  2. Só posso definir esse post em duas palavras: CARAAAAAAAAAACA, MALUCO!

    Pow, nunca passei por essas aventuras no colégio. Sempre quis ser a princesinha dos colégios, mas as princesinhas dos colégios e faculdade onde passei eram sempre loiras, magras e lindas. Eu sempre fui cheinha e morena, saí do estereótipo, resolvi ser briguenta e moleca.

    www.falagrasi.blogspot.com

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    Respostas
    1. Liga não, amiga. Sei que vc supera isso, rs. Se for pra terapia (kkkkkkk) recomendo a linha de Jung, não mete Freud nisso senão... tua vida tá fu ad eternum! Quem não teve seus traumas infantis? Como bem fala uma miga psicóloga... "nois tumbeim temu di trabaiá pra modi vive intonces... faz favor de traumatizar os fiotes, sinaum... aginti fica sim dindin"
      Falando sério, com a graça de Dells a loirice das minhas filhas só dura até os 3, 4 anos de idade, depois o cabelo vai escurecendo (e euz suspiro de alívio)... e fica aquela coisa castanha. Mas como no Rio, qualquer um que tenha o cabelo levemente mais claro que a asa da graúna é considerado loiro... elas "eram" loiras. A menor então... se acha e se assume loira, apesar de não ser mais.

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    2. Ih, curitibano é ligado numa loira, mesmo q não seja - por isso, a maioria casa com catarinas, hahahahahahahaha.

      Fiz mechas californianas, beeeeem fraquinhas (pq depois de anos de auto-análise sozinha by myself me fizeram AMAR o look Snow White que ostentei até ano passado); todo mundo perguntava 'CARACA, VC FICOU LOIRA?', hahhahahahahahhaha

      www.falagrasi.blogspot.com

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  3. omg.... q medo!
    nunca fui pra esses lados... sempre morei no interior de sao paulo
    nao imagino como deve ser esse negocio de morro e favela.. que medo!
    por pouco vc nao leva umas balas heim!

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Falaê...

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