quinta-feira, 15 de março de 2012

Não é brinquedo não!

Tudo pela procrastinação da arrumação das gavetas... já botei tudo abaixo, mas aí veio essa vontade doida de largar tudo e escrever. Deixa a bagunça lá por mais uns minutos, não vai fazer diferença mesmo.
Arrumar gavetas, armários, seja lá o que for é uma chatice sem fim, tipo sequência da saga Crepúsculo. Bella e Edward boring.... (o último foi o cúmulo do tédioooooooo).
Apesar disso, tem horas que a gente tem que enfrentar e arregaçar as mangas. O povo mais antigo diz que existe uma conexão entre arrumar nossas gavetas e organizar nossas vidas. Se houver mesmo, a minha é o caos.  Se gaveta desarrumada for reflexo da vida, estou perdida. Uma ou duas vezes por ano (e olhe lá) me baixa a louca da faxina e coloco toda casa pra fora, sabe aquela coisa cósmica de faxina da primavera... sei lá, isso rola comigo mesmo. Nessa época insana do ano não fica pedra sobre pedra dentro de casa, revisão geral, tiro o que não uso mais, mando pra caridade, desapego 100%.  Só não me livro de tudo porque maridex se infiltra e fica me tolhendo... Tenho que botar tudo fora antes dele chegar em casa, ou vai ter reciclagem do lixo. Claro que de vez em quando bate um arrependimentozinho, é normal.... putz, porquê cargas d'água fui dar logo aquela camisa que adorooo (e já está manchada, puída, e não serve nem pra dormir de tão acabada)... sim, isso acontece. Aí penso que tem coisas mais importantes na vida do que aquele trapo gostoso e que se não me livrar dele logo, um dia ainda acordo sonada e saio com ele pela rua. Aff, sim eu faço isso... esqueço com que roupa estou e quando dou por mim, estava andando em andrajos.
Pois é, gentem amiga, tudo isso para dizer que casamento não é brinquedo não. 
Casamento, relação, vida a dois... não importa se tem ou não papel passado e registrado em cartório, dividir o mesmo teto não é fácil. O lado bom é que quando tá tudo bem, é ótimo. Mas quando tem algo fora do prumo no lar doce lar, o inferno passa a ser uma opção de moradia menos stressante. A oscilação entre o "eu te amo" e o "eu te odeio" é grande e costuma acontecer com frequência. Tudo normal, normalíssimo.
Casar implica em dividir gavetas, neuroses, armários, estilos de vida e criação, hábitos e manias, bagunças, problemas e cia ilimitada. Se um for um largado nato e outro  psico com organização, dá confusão. Se os dois forem zoneados, pior ainda... a casa vira um chiqueiro pronto para ser inteditado pela saúde pública. Talvez a solução fosse ter um casal de neuróticos por limpeza, mas aí vira museu intocável e insuportável (pelo menos para mim). 
Cá com meus botões acho que o lar tem que ter algo fora do lugar para mostrar que tem vida, que tem gente habitando a área. Dá para imaginar algo mais triste do que um quarto de criança sem um brinquedo fora do lugar? Ou uma sala imaculada, sem uma revista em cima da mesinha pelo menos? Gosto disso não... no meu quarto tem que ter algo que prove minha existência nele, seja a roupa de ontem "tomando ar" na cadeira ou um sapato perto da cama, fora os 3 ou 4 livros em processo de leitura "atrapalhando" a mesinha de cabeceira. Se não tiver essas coisas, parece que é casa pra visita ver e não pra gente viver. 
Agora, que é difícil chegar num meio termo, ah isso é... são anos até que os dois se entendam acerca do conceito relativo de casa em ordem. Rola muita picuinha e brigas non sense enquanto se acertam essas arestas. Pouca coisa me incomoda, sou altamente flexível, mas tenho minhas manias como todo mundo. Por exemplo... detesto porta de armário aberta. De noite então, não consigo dormir se tiver uminha só aberta (vai que sai um bicho papão de lá, euz ein?). Amore sabe disso, e quando quer me azucrinar.... vai lá e larga uma porta aberta só pra provocar. Golpe baixo, baixíssimo! Antes eu ficava fula (ainda fico um pouco) e sacava logo um cartão vermelho, mas já assimilei que foi(é) o jeito dele me dizer que tá chateado com algo que eu fiz e quer acertar as contas antes de dormir. No momento estou achando a tática válida e começei a encarar numa boa (faz de conta). 
Daí veio na memória uma old stone age aula de direito civil onde o professor perguntou pra gente qual era a definição de cônjuge... claro que a aula estancou geral, os poucos que falaram só deram bola fora, óbivius ululantes. Depois de rir muito da gente o mestre manda essa peça de sabedoria: cônjuge é seu inimigo íntimo. Era piada, professor? Bem, todo mundo riu, eu também... inocente que era. Mas pensa bem, aqui e agora, juntinho comigo... Tem alguém que conheça mais seus podres do que seu parceiro? Tem não! Tem alguém que conheça mais suas fraquezas? Também não... Tem alguém capaz de te magoar mais profundamente? Tirando a família de sangue... tem não. Então se o outro quiser fazer da sua vida um inferno... pode apostar, não tem ninguém que seja mais apto para isso. 
É, casamento não é brinquedo não. Ainda mais quando você acorda e descobre que o outro(a) tá com o Chuck em mode on. Meeeeeeeeeeeeeedo e suspense na platéia. Geléia real e cheiro de sangue no ar. 
Bem depois dessas divagações sem sentido, vou lá cuidar das gavetas e cia, botar em prática meu desapego enquanto brinco de dona de casa perfeitinha (sei que tem alguém rindo do outro lado da tela). 

2 comentários:

  1. Amiga vc é ótima nisso!!! Eu me divirto demais com suas historias de vida. Mas mesmo vc falando que sao divagaçoes sem sentido no fundo não são não. Vc compartilha conosco as vezes o que esta preso dentro de nós e n conseguimos expressar ou colocar no papel. Continue escrevendo suas sagas do dia a dia que eu pelo menos com certeza vou estar aqui pra ler. Bjokas

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  2. Oba! Bom saber que tem público presente, rs. Bjks.

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