terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tudo tem prazo de validade?

Perguntaram outro dia se casamento tem prazo de validade. Casamento não é produto, ainda que umas pessoas encarem como um negócio a ser conquistado, mantido e tal. Talvez esteja aí o maior problema, tratar relacionamentos humanos dentro de uma lógica comercial, mercadológica. Recuso-me a "coisificar" pessoas e suas relações. Por isso não sei a resposta. A premissa básica, a pergunta está errada. Não tem como responder sim, não ou não sei.
Chega a ser engraçada a idéia de colocar uma tarja em alguém, vence dentro de... 3 dias? Melhor consumir antes dos... 30 anos? Conserve em temperatura refrigerada, o sabor altera acima de 25 graus. E assim vai. Somente levando para o lado cômico para encarar essa questão. Se você fosse um produto, qual seria seu prazo de validade? Qual a vida útil das suas relações? Se casamento tem prazo... amizade e laços de família também teriam? Complicadinho... para dizer pouco.
Pessoas mudam, para melhor ou pior. Evoluem, mudam de rumo, de plano, até de idéias... como rotulá-las? Do mesmo modo os relacionamentos humanos, o que valia a 5 anos não é o mesmo que vigorou na década passada, na geração passada. A dinâmica se altera ao sabor das pessoas e de suas circunstâncias. Existe desgaste sim, do mesmo modo que de repente... tudo pode ser renovado. Pessoas são imprevissíveis, surpreendem e justo aí está o fator imponderável do ser humano. Nunca dá para prever o que vai acontecer, não mesmo. Uma pessoa aos 70 anos pode ter mais frescor que muitas de 20. Um casamento que completa bodas de prata pode ser mais feliz e saudável que outro que recém completou um ano. Datas pouco significam nessa equação ilógica.
Não acredito que casamento tenha prazo de validade porque não trato pessoas como coisas. Jamais vou aceitar que relações pessoais sejam vistas como produtos ou objetos de consumo. Neste caso, os filhos seriam o quê? Lucros realizados, investimento a longo prazo ou perdas contabilizadas? Simplesmente não dá para raciocinar assim. Recuso-me e ponto. Acusem-me, se quiserem, de ser demasiada humana, esse rótulo eu aceito.

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